Pablo Marçal: Qual é o limite da atenção
Notícia por Rafael Braga em 09 de outubro de 2024
Publicado por João Otávio Marquez
Neste domingo, 6 de outubro, ocorre o primeiro turno das eleições municipais de 2024. Com grande destaque, a cidade de São Paulo se tornou o foco das atenções da mídia. Pablo Marçal, coach e influenciador digital, concorre pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). O candidato ganhou grande visibilidade e foi reiteradamente criticado por sua candidatura populista, marcada por discursos provocativos e estratégias de marketing condenáveis.
Um dos acontecimentos de maior relevância ocorreu na TV Cultura, durante o debate eleitoral, em que o eleitor Datena, após ser provocado diversas vezes, agrediu Marçal com uma cadeira. A Justiça Eleitoral tem o objetivo de punir atos que violem a moralidade e a integridade do processo eleitoral. Marçal, por sua vez, entrou com um pedido de indenização por danos morais e físicos, exigindo uma compensação financeira do agressor, o que adiciona mais um capítulo à disputa jurídica e política que surgiu após o episódio.
A grande questão é: como, e até que ponto, um caso de comoção midiática pode ser dramaticamente usado para “comprar” votos? Marçal, imediatamente após o ocorrido, mobilizou sua equipe de telecomunicações, uma ambulância e uma vaga no hospital Sírio-Libanês, a fim de lucrar com o escândalo. Mesmo com as discussões políticas a respeito nas redes sociais, jornais como Metrópoles, G1 e o Estadão confirmaram que o laudo da fratura foi forjado.
Contrariando as expectativas, Marçal perdeu votos com todo esse escândalo. Ele ainda foi acusado de transformar sua candidatura em uma forma de capitalizar com a economia da atenção, utilizando uma base fiel de seguidores e métodos que lembram pirâmides financeiras digitais. Apesar de as mídias sociais terem o colocado no centro das discussões eleitorais, analistas questionam se ele realmente deseja vencer a eleição ou se sua intenção principal é gerar atenção e ganhos econômicos por meio de sua visibilidade política.