Pixinguinha: do som da resistência à alma do Choro

Biografia por Rafael Braga em 25 de setembro de 2024


Publicado por João Otávio Marquez

Alfredo da Rocha Viana Filho (Pixinguinha)

Músico, compositor, arranjador e maestro, Alfredo da Rocha Viana Filho, mais conhecido como Pixinguinha, foi o precursor e responsável pela ascensão do Choro como gênero musical no Brasil. Dominando instrumentos como o saxofone e a flauta, sua identidade é marcada pela sua versatilidade em lidar, talentosamente, com diferentes estilos musicais como o samba, o maxixe, a valsa e o jazz, construindo e aperfeiçoando, durante toda a sua carreira, a música brasileira.

 Nascido no Rio de Janeiro no ano de 1897, Pixinguinha, em meio à uma família de músicos, sempre teve contato direto com as melodias. Escreveu seu primeiro chorinho (“Lata de Leite”) aos 14 anos de idade, o que lhe conferiu muito reconhecimento nacional. O compositor foi convidado a compor, juntamente com o renomado Donga – compositor do primeiro samba gravado da história –, o conjunto musical conhecido como “Oito Batutas”, a primeira orquestra nacional a conquistar reconhecimento fora do Brasil.

 Pixinguinha, além de consolidar o choro como gênero nacional, inovou nas composições, trazendo arranjos orquestrais para as obras populares: reforçou seu virtuosismo instrumental, equilibrando técnica com expressividade e sofisticou a harmonia, elaborando melodias de base genuinamente brasileira, mas com toques suaves do jazz e da música erudita. 

 Uma vez que o racismo ainda era normalizado no Brasil, o músico superou obstáculos sociais e raciais e proporcionou oportunidades para que outros artistas negros pudessem, também, ter reconhecimento. Dentre suas obras mais famosas, “Carinhoso” e “Rosa” são consideradas um símbolo de resistência, superação e emoção, refletindo, de fato, a alma brasileira. 

 Assim, mesmo após 51 anos de sua morte, Pixinguinha ainda é, e para sempre será, o marco essencial para a compreensão da identidade nacional. O Choro, neste ano de 2024, foi reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – enfatizando-se como uma das melodias mais importantes da expressão popular brasileira.

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