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Publicado por João Otávio Marquez

Recentemente, o país inteiro tem vivido cenas praticamente apocalípticas, com queimadas devastadoras e um calor que atravessa os limites normais dos últimos anos. Durante o mês de setembro, o Distrito Federal foi invadido por uma onda de fumaça vinda principalmente do alarmante incêndio no Parque Nacional e, por estar passando por um período de baixa umidade do ar, o Cerrado se tornou um ambiente propício à queimadas como essa.

    No entanto, não pense que esses acontecimentos são naturais, uma vez que, a maior parte dos incêndios que acontecem no Brasil, hoje, são causados por ações criminosas. A PF – Polícia Federal – tem aberto diversas investigações acerca dos causadores e suas motivações por trás de tais atos.

   Nesse contexto, é fato que os incêndios são, majoritariamente, causados propositalmente, mas as mudanças climáticas são um fator preocupante que resulta em um problema crescentemente grave no mundo. A seca pela qual o Brasil inteiro tem passado, não é por acaso. De acordo com as Nações Unidas, as mudanças climáticas afetam a disponibilidade de água, e o aquecimento global agrava os períodos de seca. Isso é claramente observado em Brasília, capital do país, que está atualmente há mais de 150 dias sem chuva, sendo essa a segunda pior seca registrada nessa região, perdendo apenas para 1963.

    Tais mudanças climáticas são causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis juntamente com os desmatamentos do agronegócio. Isso pode ser comprovado por meio de dados divulgados pelo SEEG, Sistema de  Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa: 27% de toda a emissão de gases no Brasil são da agropecuária. Tendo isso em vista, é inegável o vínculo entre a principal atividade econômica do país com as mudanças climáticas.

   Dessa forma, deve-se deixar de observar o aquecimento da Terra e as terríveis consequências dele, como a seca  que tem agravado os incendiários, com um olhar micro, e sim ampliá-lo a um olhar macro, notando todos os fatores causadores dessa extensa problemática. Assim, entendendo as mudanças climáticas não como um processo natural, mas como um reflexo da ação humana na terra.