Resenha crítica acerca da obra “O ritual do corpo entre os Sonacirema” Horace Miner

Resenha crítica acerca da obra “O ritual do corpo entre os Sonacirema” Horace Miner

Resenha Por Juliana Borba em 25/06/2020

Horace Miner (1912-1993) foi um antropólogo nascido em 26 de maio de 1912, em Minnesota, EUA. Publicou diversos livros, como “City in Modern Africa”(1967) e “Culture and Agriculture”(1949), contudo, é altamente conhecido pela sátira à cultura americana encontrada no texto “O ritual do corpo entre os Sonacirema”, dando ênfase à antropologia americana. 

A obra “Sonacirema” apresenta características de um povo cujo principal foco é a saúde e a aparência do corpo humano, que constituem a preocupação dominante dentro do “ethos” desse grupo. Existem jejuns, rituais e cerimônias que implicam desconforto e tortura para alcançarem o tão almejado “corpo perfeito”. Eles são um povo obcecado pela magia, que vive sob pesados fardos que eles próprios se impuseram.

O texto gera uma reflexão acerca de um olhar etnocêntrico, que é constante em nossas mentes ao criarmos diversos estereótipos a respeito da cultura de outras sociedades. Para quem está de fora, parecem atitudes bruscas e extremas sobre os limites do comportamento humano. Horace Miner expõe vários hábitos comuns de nossas vidas, como ir à academia, ao salão de beleza, ao hospital, fazer tatuagens e piercings, barbear-se, que são atos que podem ser encarados como estranhos e bárbaros. “Sonacirema” nada mais é que uma visão e análise externa de nossos próprios cotidianos.

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Fonte: https://www.treinus.com.br/blog/a-busca-pelo-corpo-perfeito/

 Ao meu ponto de vista, o autor aborda fatos comuns presenciados no encontro de sociedades distintas, que é a criação do etnocentrismo e preconceitos. Muitas vezes julgamos algo, alguém sem ao menos conhecer seus preceitos e significados. Além disso, retrata-se também a utilização da alteridade e multiculturalismo, quebrando uma ideia de xenofobia. Miner utiliza mecanismos técnicos e estilísticos, fazendo com que a percepção da nossa própria cultura seja indireta, seja no conteúdo, seja no próprio título, Americanos.

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