Artigo de opinião por Leandro Silva Carlos em 15 de Junho de 2022
Publicado por André Guerino
Um dos assuntos mais polêmicos e discutidos na sociedade atual é a utilização da Balaclava e a banalização quanto ao uso do Hijab, mesmo que ambos sejam tecidos utilizados para cobrir o rosto. Porém, para a sociedade, um é considerado moda e apenas uma vestimenta comum para os dias frios, enquanto o outro é motivo de preconceito, intolerância religiosa, ódio, violência, entre outros.
A Balaclava foi criada em uma cidade da Ucrânia, em 1854, durante a Guerra da Crimeia, em que os soldados ingleses e irlandeses foram lutar contra os russos e, por conta do território hostil, passaram a utilizar tal vestimenta. O acessório em questão é utilizado principalmente para a proteção contra o frio, ou seja, manteve o motivo pelo qual foi criado, mas, além disso, a balaclava também é utilizada por corredores, eletricistas e até mesmo em alguns exércitos. No final de 2021, o uso desta peça voltou a ser popular no mundo da moda, e, por isso, tornou- se um assunto pertinente e necessário.
Apesar do hijab ser mais conhecido pela sociedade e ter um significado importante, ele não é tão aceito no mundo atual, uma vez que ele é associado aos terroristas e homens-bomba, em vez de ser considerado uma vestimenta necessária para as mulheres muçulmanas por conta da sua identidade religiosa e do seu modo de vida. Ao contrário do que muitos pensam, a utilização por parte das mulheres muçulmanas não é obrigatória, o que mostra a representatividade, a cultura e a tradição que é mantida na maioria dessas famílias.
A atual questão levantada por parte da sociedade é a de ambas vestimentas serem utilizadas para cobrir o rosto, mas somente a Balaclava é vista com olhos respeitosos, uma vez que ela vem seguida de elogios, enquanto associam o hijab ao terrorismo, insegurança e medo. Se ambos são utilizados para cobrir a cabeça, então qual o motivo de tanto desrespeito pelo hijab? A resposta para isso é o preconceito contra os muçulmanos que está enraizado na sociedade, pois pensam que a vestimenta é exclusiva a membros de grupos terroristas, o que não é verdade.
Vale ressaltar, também, que depende de quem está utilizando a peça, pois a Kim Kardashian utilizou uma roupa que escondia o rosto no evento Met Gala em 2021, mas foi aplaudida de pé e recebeu vários elogios pela roupa. Contudo, isso só aconteceu, de fato, porque ela não é uma muçulmana utilizando uma roupa relacionada a sua religião e a sua cultura no seu cotidiano.
A intolerância não é um assunto que passa sem ser percebido, já que está presente em todo lugar, pois outras religiões utilizam lenços e acabam não sendo muito julgadas, como no caso das freiras no catolicismo. Provando, portanto, que a discriminação contra os muçulmanos ainda é algo pertinente na sociedade e que deve ser um assunto debatido. Vale ressaltar, ainda, que, em alguns países, existem leis que proíbem a entrada de pessoas com hijab em certos lugares, como em restaurantes. Mas a balaclava se tornou normal, né?
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