Entrevistas

Entrevista com o Instituto Doando Vida

Entrevista com o Instituto Doando Vida

Entrevista por Luís Fernando de Figueiredo Leite Ribeiro em 8/05/2021

Para muitos a fome é uma sensação provocada pela necessidade de ingerir alimentos. Para saciá-la, bastava abrir a geladeira e atacar tudo que ver pela frente. Porém, no sentido real, a fome é não ter o que comer por dias, às vezes semanas. Tal situação atinge cerca de 822 milhões de pessoas anualmente no mundo, associada também, em boa parte, à pobreza extrema.

Por mais que a maioria daqueles que sofram com a condição morem em países com poucas condições de vida e subdesenvolvidos, este problema atinge o Brasil há anos, afetando cerca de 116 milhões de brasileiros no ano de 2020, sendo seis milhões, crianças.

As crianças que deveriam estar na escola, estudando, brincando e interagindo, acabam por infelizmente sofrer tendo que procurar por comida em lugares inimagináveis para continuar sobrevivendo.

Hoje, a Folha Única entrevista o Instituto Doando Vida por Rafa e Clara, que desde 2018 vem combatendo a fome infantil e cuidando das crianças e das famílias com seus serviços impecáveis e exemplares em Brasília.


Folha Única: Queria te perguntar sobre a origem do Instituto Doando Vida: como ele surgiu e quando foi fundado? Era uma ideia que já lhe acompanhava há muito tempo?

Instituto Doando Vida: O Instituto nasceu da necessidade de construir o sonho de Rafaela, filha de Henrique e Luciana Andrade, presidente e vice-presidente do IDV, falecida em acidente de carro junto com sua filha Clarinha, de dois anos, em 2013. Rafaela, uma jovem nutricionista de apenas 26 anos, sonhava em cuidar de crianças e acabar com a fome dos pequeninos que sobreviviam de maneira cruel na região do Lixão de Brasília, cujas brincavam nas ruas cheias de rejeitos e ratos, sem saúde ou cuidados, morando numa região de grande pobreza e, por isso, pela condição social de suas famílias, nosso serviço é ofertado de forma gratuita. Rafaela não pode, em vida, transformar seu sonho em realidade, mas parentes e amigos levaram à frente essa missão de cuidar e alimentar.

F.U: Onde o Instituto Doando Vida está localizado?

I.D.V: Estamos localizados no SCIA Quadra 8, conjunto 16, lote 14, ao final da Cidade do Automóvel e entre a Cidade Estrutural e a Chácara Santa Luzia, num local estratégico para que a população vulnerável tenha acesso de bicicleta ou a pé. Também, nossa localização permite fácil acesso aos visitantes que queiram conhecer nosso trabalho.

F.U: Há algum propósito de sua localização?

I.D.V: Sim. Vários! O primeiro é que no sonho de Rafaela, ela queria focar nas comunidades de catadores de lixo, por sua situação diferenciada tanto com relação à pobreza, como no que diz respeito à falta de infraestrutura e de cuidados com a alimentação, com muitas crianças brincando nas ruas de barro e cheias de lixo. O segundo motivo é que o Instituto precisava ser de fácil acesso e estar localizado em área legalizada e, ademais, ser muito agradável aos olhos das crianças e à comunidade que atendemos. Desde 2014, quando fizemos nossa primeira ação social naquela região, nos apaixonamos pela comunidade que, apesar de sofrer com a falta de tudo, nos acolheu muito bem.

F.U: Quantas crianças o instituto ajudou em todo seu tempo de existência?

I.D.V: Se considerarmos que, muitas de nossas crianças passaram para a escola pública, somamos em média 100 crianças atendidas. Isso sem contar com aquelas crianças que não frequentam nossa creche no dia a dia, mas são ajudadas em nossas campanhas sociais. Em tempos normais, atendemos cerca de 66 crianças.

F.U: Vocês recebem crianças até qual faixa etária e quais são as atividades ofertadas?

 I.D.V: São crianças de 2 a 5 anos. Para aquelas que acolhemos em regime de creche, temos atividade das 7h às 17h, que inclui 4 refeições ao longo do dia, brincadeiras lúdicas, educação inclusiva e aprendizado do letramento, lazer com parquinho, noções de higiene e cuidado pessoal, entre outras. Tudo isso planejado por duas coordenadoras pedagógicas experientes e por nutricionista. Para as famílias, jovens e adultos, oferecemos cursos e oficinas que lhes possibilitem alguma capacitação para buscarem emprego e sustentarem suas famílias.

F.U: Em decorrência da pandemia, o Instituto Doando Vida sofreu alguma mudança?

I.D.V: Sim, muitas foram as alterações que tivemos que fazer em nosso dia a dia: o isolamento social nos obrigou a fechar por dois meses no início da pandemia. Depois retornamos, mas em escala/grupos menores de crianças para permitir o necessário cuidado e afastamento entre crianças. Outra mudança foi em nossa ajuda às famílias, pois estas estavam sofrendo os efeitos nocivos da pandemia que iam além da doença em si. Muitos passavam necessidades e nós passamos a fornecer alimentos para que nem as crianças nem suas famílias passassem privações que afetassem ainda mais suas vidas já difíceis. A essas famílias foram agregadas outras quase 200 famílias, as quais passaram a receber alimentos, material de limpeza, material de higiene pessoal e máscaras periodicamente.

F.U: Por fim, teria alguma forma de ajudar o Instituto Doando Vida?

I.D.V: Há várias maneiras de ajudar a nosso Instituto:

I. Sendo um associado, contribuindo mensalmente com qualquer valor, passando a receber nosso boletim mensal para acompanhar a aplicação de sua ajuda.

II. Sendo um doador de alimentos, materiais de limpeza; material escolar; material de higiene pessoal infantil e adulto etc.

III. Sendo voluntário e, nesse caso, se comprometer a cumprir os horários.


Ajude o Instituto Doando Vida!

Agende sua visita ao Instituto no “WhatsApp” 998124.1461.

PIX E-mail: doandovidabrasil@gmail.com

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Luís Fernando de Figueiredo Leite Ribeiro

Meu nome é Luís Fernando, tenho 16 anos e é com imensa honra e gratidão que faço parte da equipe da Folha Única de 2022 como jornalista. No meu tempo livre, gosto de ler notícias e estar atualizando quanto a geopolítica mundial. Além disso, gosto de jogar basquete e futebol e adoro sair com os meus amigos.

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