O desepero tem a cor vermelha
Artigo de Opinião Por Júlia Mansur, em 19/06/2020
O desabastecimento dos hemocentros em tempos de pandemia
Com a crise mundial na saúde devido ao COVID-19, houve uma queda brusca nas doações de sangue. Em fevereiro, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica com orientações de como deve ser a doação de sangue em meio à pandemia. Relataram que não há evidências de transmissão do vírus por transfusão sanguínea, mas há medidas de proteção. Por exemplo, não poderá doar por 30 dias a partir da data de retorno quem viajou para áreas com transmissão comunitária do vírus.
Com a suspensão de diversas atividades, como faculdades e empresas, o impacto nas doações foi grande. As equipes móveis agora tentam captar doadores em quartéis da Polícia Militar, Bombeiros e em outras áreas onde não há suspensão de atividades. Muitos hemocentros estão agendando horários de coleta para facilitar a doação. Em momentos assim, podemos observar a importância do pensamento coletivo, pois há muitas pessoas necessitando de doações urgentemente.
É necessário que, antes de ficarem alarmadas, as pessoas se informem sobre o assunto. Como não há casos de contaminação por transfusão, convém às pessoas saudáveis pensarem em prol da comunidade e se protegerem, para assim, com as doações, ajudarem quem necessita. A coordenadora de captação do Banco de sangue de São Paulo (BSSP), Sandra de Paula, posicionou-se sobre o assunto: “Se as pessoas pararem de doar sangue, além da crise que o Brasil enfrenta com o surto do coronavírus, poderemos enfrentar também grande crise de desabastecimento de sangue”.