Notícia por Mariana Pereira Akiyoshi Loureiro em 10/05/2021
Na última terça-feira (4), foram iniciados os depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que terá a função de investigar a ocorrência de falhas por parte do Governo Federal no combate à pandemia. No dia 14/04, foram escolhidos os 11 senadores titulares e 7 suplentes da Comissão, porém um fato chamou atenção: nenhuma mulher foi escolhida dentre os 18 senadores indicados pelas lideranças dos partidos. Essa questão gerou um primeiro embate no dia 27/04, quando Flávio Bolsonaro fez uma visita à Comissão, apesar de não integrá-la, e disse que existia “desinteresse” das parlamentares, porque, segundo ele, elas não se indignaram com a presença exclusivamente masculina. Rebatendo o senador, Eliziane Gama, integrante da bancada feminina, afirmou que “chutar a porta” não é a única forma de demonstrar indignação e ela mostrará a sua estando presente em todas as reuniões. Além disso, a senadora disse que as mulheres têm exibido, com eficiência, sua indignação com relação à inação do Governo Federal durante a pandemia.
Diante dessa situação, lutando por espaço, a bancada feminina buscou o presidente da Comissão, Omar Aziz, e conseguiu um acordo: em cada rodada, uma das integrantes poderia fazer perguntas aos depoentes na lista dos titulares. Essa concessão, porém, foi alvo de críticas dos senadores governistas e gerou mais um embate no Parlamento. Interrompendo a fala de Eliziane Gama, a escolhida da rodada, os senadores Ciro Nogueira, Marcos Rogério e Fernando Bezerra Coelho começaram a discussão, alegando que a autorização dada às senadoras não havia sido acordada pela Comissão e não estava no regimento. Omar, por sua vez, afirmou que o acordo havia ocorrido no dia anterior.
No meio da confusão, Eliziane Gama disse não entender o porquê de tanto medo das vozes femininas, uma declaração que recebeu muito destaque. A sessão foi suspensa por alguns minutos e, quando foi retomada, Gama teve sua fala interrompida novamente por Ciro Nogueira e afirmou: “Vossa excelência pensa que vai calar a gente? Do jeito que o senhor não admite meu grito, eu também não admito o seu”. Depois disso, a senadora finalmente conseguiu concluir suas perguntas ao ex-ministro Nelson Teich.
Vale destacar que, apesar de serem 51,2% da população brasileira, as mulheres ainda representam uma parte muito pequena do Senado: dos 81 senadores, apenas 12 são mulheres, atingindo uma porcentagem de 14,8%. O movimento feminino em busca de mais direitos e espaço na política é bem recente. Em 1987, surgiu a ideia do “Lobby do Batom”, que se tratava de uma aliança suprapartidária feminina com o objetivo de reivindicar os direitos das mulheres, e era composta de 26 constituintes, dentre elas, Carlota Pereira de Queirós, a primeira deputada federal da história do Brasil, eleita em 1934. Apesar das conquistas, ainda há pouquíssima representatividade feminina no Congresso, um espaço que precisa de pluralidade para poder atender a população como um todo.
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