Como uma mulher está transformando a indústria musical Americana

Como uma mulher está transformando a indústria musical Americana

 Notícia por Amanda Boczar Gali em 08/11/2021


Publicado por Maria Rita Mamede


Capa álbum Fearless Taylor's Version
Taylor Swift por meio de um processo contra Scooter Braun está transformando a indústria americana. Reprodução da imagem: The Guardian

          Taylor Alison Swift nasceu no dia 13 de dezembro de 1989. A cantora passou sua infância em uma fazenda de árvores de natal na Pensilvânia. Sua avó Marjorie Finlay (1928-2003) era uma cantora de ópera e influenciou muito a neta a seguir carreira musical. A família se mudou para Tennessee com o objetivo de ajudar a carreira de Taylor, já que o estado era famoso pela música country. Durante esse período a jovem cantora se apresentou em diversos cafés e lanchonetes esperando ser reconhecida por seu talento.   

          Em uma dessas apresentações a cantora conheceu Scott Borchetta, chefe de uma gravadora chamada “Big Machine Records”. Com dezesseis anos, a jovem assinou um contrato com a “Big Machine Records” que dava a eles o direito dos seus “masters”. Um “master” é basicamente a gravação final de uma música. A gravadora passou a ter controle sobre toda e qualquer música produzida pela cantora. 

          Na lei americana, se você escreve, canta e grava uma música em um meio “tangível” (como gravar ou escrever a letra) a música é considerada automaticamente sua e todos os direitos relacionados a cantar, distribuir ou se apresentar com essa música se tornam seus. A partir disso você pode distribuir “licenças criativas”, como a licença de vender a música. Porém, a partir do momento em  que todos esses direitos são seus, você pode assinar um contrato que dá a alguém controle sobre esses direitos. Geralmente artistas assinam esses direitos a gravadoras, perdendo seu controle financeiro e criativo sobre sua própria música.

          Em 2018, o contrato da senhorita Swift com a sua gravadora expirou, então ela assinou um novo contrato com a “Republic Records”, o qual lhe dava mais liberdade criativa e deixava-a ter direito sobre sua música. No mesmo ano Taylor começou uma negociação com a “Big Machine” desejando comprar os álbuns que ela havia produzido. Durante a negociação, “Big Machine” pedia que Taylor assinasse um novo contrato com eles e a cada álbum novo lançado Taylor teria um antigo de volta. Taylor negou os pedidos e os processos de negociação continuaram, até que em 2019 a gravadora e os “masters” da Taylor foram vendidos para Scooter Braun, sem o consentimento da cantora e do pai dela, que era dono de 4% da gravadora.

          Scooter Braun é um empresário e gestor de talentos que trabalha com grandes nomes da indústria musical americana como Ariana Grande, Justin Bieber, Demi Lovato entre outros. Taylor Swift possui uma rixa com o empresário por seus comentários machistas sobre ela, além de ter atacado ela online após uma briga com Kim Kardashian.

          Apesar da empresa de Scooter ter os “masters” da Taylor, eles não possuem direitos sobre a letra, permitindo que Taylor possa regravar sua música. O primeiro álbum a ser lançado novamente foi Fearless que quebrou recordes como o de maior sucesso na primeira semana de lançamento com 291.000 unidades vendidas ao redor do mundo. 

           A empreitada vitoriosa da cantora representa a contínua luta de artistas com suas gravadoras, enquanto ela continua a inspirar as novas gerações.




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