Publicado por Ana Letícia
Historicamente negligenciadas pelo mercado de jogos, as mulheres cada vez mais mostram que não podem ser ignoradas. Quando o público feminino tem gostos fora do padrão imposto como “universo feminino”, a hostilidade chega de todos os lados, porém, mesmo com todo o machismo presente nos E-sports (Esportes Eletrônicos), a presença feminina em transmissão de games online no país tem aumentado significativamente.
Uma análise feita pela Pesquisa Game Brasil, divulgada em 2019, confirmou que grande parte das mulheres optam por jogos de computadores e videogames, mas dominam mais a aplicação de jogos por smartphones, além de 53% do público gamer ser constituído de mulheres.
Outra pesquisa realizada em 2020 mostra que 61,9% dos jogadores casuais, os quais se dedicam uma média de 3 horas por dia a jogar, sempre disputando partidas casuais, sozinho ou com os amigos, são mulheres, ainda encontrando dificuldades de se relacionarem em uma partida online com os demais participantes devido o seu gênero. Onde são vítimas de assédio e agressões verbais durante as partidas, meninas que usam nomes femininos tomam o caminho para mudá-los, pois após ouvir/ler ofensas nos chats, não aguentam e começam a usar nomes masculinos para desviar dessas situações.
Como as mulheres não foram encorajadas a jogar quando crianças, na maioria dos casos, não ganhavam videogames, visto que essa era uma atividade considerada masculina. Entretanto, a grande prova de que elas gostam tanto de jogos quanto os homens é que entre os jogadores de mobile, já são maioria. Está muito claro que o problema era a falta de acesso, tanto uma mulher quanto um homem, com um celular, podem escolher o que fazer com ele.
As representações femininas nos jogos são um tópico muito discutido, o mercado começou com um público majoritariamente masculino e o que gostavam de ver eram mulheres sexualizadas, quase sempre representadas com seios enormes e cinturas finas, fazendo algumas meninas se sentirem menos à vontade. Hoje essa cena mudou um pouco, as mulheres estão mais naturais.
Na Ásia, conhecida como capital global dos vídeogames, o número de mulheres jogando cresce em um ritmo veloz, passando seus rivais do sexo masculino, elas estão se organizando para conquistar espaço e atrair mais mulheres para o vasto universo dos games online. Em outros lugares também, para apoiar a comunidade feminina, muitos streamers estão financiando campeonatos só de meninas, um exemplo que pode-se observar é o streamer Brasileiro, Rakin, que criou e financiou a “Copa Rakin Feminina” de Valorant. Bem como temos projetos criados por mulheres para ajudar o público feminino a terem seu espaço no mundo dos jogos (#gamesempreconceito).
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