Eleições para presidência da Câmara e votação de projeto que quer diminuir as cotas raciais.
Notícia por Ana Clara Monteiro em 20 de maio de 2023
Publicado por Maria Luíza Balbo
Neste sábado (20) a quinta sessão da CDHM começou com uma disputa entre duas chapas para assumir a presidência da Câmara. De um lado, o vice-presidente João Leão, do UNIÃO (União Brasil), e a deputada Júlia Pena, sua colega de partido, do outro, o deputado João Pedro Lima do PSB (Partido Socialista Brasileiro), acusado de tentar comprar votos, e Gabriel Pereira do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade).
Após a chapa do União Brasil ter assumido a presidência, iniciou-se o debate acerca do Projeto de Lei da deputada Ana Beatriz Salomon, do PL (Partido Liberal), que visa reduzir as cotas raciais e aumentar as cotas sociais nas Universidades, que são destinadas a pessoas de baixa renda e que possuem formação em escola pública.
O deputado Gabriel Pereira, do PSOL, sugeriu o arquivamento do projeto, pois ele acredita que só irá piorar a situação e que terá cada vez menos pessoas negras nas Universidades, número que, mesmo com cotas raciais, é pequeno.
O deputado José Leão, do União Brasil, é contra o projeto, pois afirma que os negros já abrangem cotas sociais. “Eu estudei em escola pública e sou tão forte quanto vocês”, disse.
O deputado João Pedro Lima (PSB) também não é a favor, pois as cotas raciais são uma forma de reintegração dos negros na sociedade após o fim da escravidão. Seu colega de partido, o deputado Gyovanny Lima, concorda. “Se até o Barack Obama sofre racismo, imagina os cidadãos brasileiros”.
A deputada Clara Faria, do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), gostaria de ver um projeto que melhorasse a educação pública como um todo, “cortando o mal pela raiz”, já que as cotas são uma forma de amenizar problemas sociais. Além disso, a deputada Manuela Jardon, MDB, propôs ter a mesma quantidade de cotas raciais e sociais e afirmou que os negros não tem as mesmas oportunidades que os brancos em toda sua vida.
Já a deputada Manuela Ferreira, do PL (Partido Liberal), deu extrema importância ao projeto, por acreditar que ele ajudará na evolução da educação e de um país mais justo, visto que os estudantes de escola pública têm maior dificuldade em entrar em universidades públicas. Sua colega de partido, a deputada Maria Eduarda Alves, também concordou com a proposta e afirmou que muitas pessoas mentem sobre seu tom de pele e tiram a vaga de outro estudante.
Por votação por contraste visual, o Projeto de Lei não foi aprovado.