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G7: Reunião impõe sanções à Rússia e critica a China

G7: Reunião impõe sanções à Rússia e critica a China

Notícia por Ana Clara Monteiro em 14 de junho de 2023


Publicado por Maria Luiza Balbo

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Sessão de trabalho do G7. (Reprodução: Agência Brasil)

Ocorreu de 19 a 21 de maio de 2023, a 49ª reunião do G7: um grupo com os países mais desenvolvidos e industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, além da União Europeia, que é um membro não numerado. Juntos representam aproximadamente 45% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial. 

Eles se reúnem todo ano para discutir e tentar encontrar soluções para assuntos urgentes do mundo. A Rússia costumava fazer parte, mas foi suspensa após a anexação da Crimeia, que era uma república autônoma da Ucrânia, ao seu território em 2014. 

Esse ano, o Japão assumiu a presidência, que é um cargo rotativo, e sediou a reunião na cidade de Hiroshima. Além dos países que fazem parte do grupo, houveram alguns convidados, como Brasil, Índia, Indonésia, Coréia do Sul, Vietnã, Ucrânia, Comores, Ilhas Cook e um representante da ONU (Organização das Nações Unidas). 

Os assuntos principais abordados na reunião foram o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, segurança alimentar, crise climática e sistema mundial de saúde. 

O grupo, que explicitamente se opõe à invasão da Rússia ao território ucraniano, aplicou mais sanções contra o país e aos seus apoiadores, como restringir o Estado a utilizar o sistema financeiro internacional e limitar o comércio e a utilização de diamantes produzidos em território russo, com o objetivo de aumentar os custos a eles.  

Além disso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conseguiu apoio diplomático de países como Alemanha, Índia e Japão, e ajuda militar do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que prometeu enviar armas, munições e veículos blindados. “Com esse convite demonstramos a solidariedade inabalável do G7 com a Ucrânia”, disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

Acredita-se que o Brasil, que já foi chamado para sete dessas reuniões, tenha sido convidado esse ano pelas falas do presidente Lula sobre a guerra na Ucrânia. Na sua fala, o líder declarou neutralidade sobre o conflito, mantendo uma boa relação diplomática com a Rússia mas, na reunião, era esperado que ele adotasse um tom mais crítico à federação russa.

No encontro, Lula buscou arrecadar dinheiro para o Fundo Amazônia, ajudar a Argentina junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e se colocar como ponte entre o G7 e os Brics, grupo de economias emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ele também participou de onze reuniões bilaterais, em que discutiu o conflito na Ucrânia, como as nações só querem a paz no mundo e a ideia de formar um grupo de apoio entre países que possuem grandes florestas. 

Sobre as mudanças climáticas, as nações se comprometeram a eliminar ininterruptamente os combustíveis fósseis, implementar energias renováveis e acabar com a poluição plástica até 2040. Ademais, como forma de tentar zerar a fome globalmente, foram propostas medidas como o apoio a ações de assistência humanitária e a garantia da chegada dos cereais da Ucrânia ao resto do mundo.

Eles buscam investir na saúde mundial através da capacidade de produção de vacinas a nível global e da criação de um Fundo para Pandemias, para que todos fiquem mais preparados para possíveis catástrofes. 

Falou-se também sobre assumir compromisso com a região do Indo-Pacífico, tornando-a livre e aberta. Foi possível perceber que eles queriam uma decisão conjunta acerca do assunto quando eles convidaram Indonésia, Índia e Ilhas Cook para participar da reunião. Outrossim, eles estão procurando firmar parcerias com os países africanos, buscando uma maior participação deles em eventos importantes como esse, a começar pelo convite feito à Comores, país na África Oriental. 

Além da resolução de problemas, essa reunião também gerou polêmica ao referir-se a China, que vem utilizando do comércio para intimidar outros países. O grupo prometeu tomar medidas para reduzir tamanha dependência econômica com o país, e o representante da China manifestou “forte descontentamento” e respondeu dizendo que o G7 estava difamando o país e manipulando questões relacionadas a ele. 

Apesar das tomadas de decisões acerca de importantes assuntos internacionais e criação de políticas para combatê-los, há muitas críticas acerca do G7, levando em conta que eles tendem a não se importar com os efeitos que as suas medidas possam ter nos outros países e que muitos problemas hoje discutidos tem raízes no período de colonização realizado por essas mesmas nações. Ademais, apesar da China ser a segunda maior economia do mundo, ela nunca foi convidada a fazer parte do grupo. 

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