Notícia por Ana Clara Monteiro Fragelli em 28 de agosto de 2023
Publicado por João Otávio Marquez e Silva
Ocorreu de 19 a 21 de maio de 2023, a 49ª reunião do G7: um grupo com os países mais desenvolvidos e industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, além da União Europeia, que é um membro não numerado. Juntos representam aproximadamente 45% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial.
Eles se reúnem todo ano para discutir e tentar encontrar soluções para assuntos urgentes do mundo. A Rússia costumava fazer parte, mas foi suspensa após a anexação da Crimeia, que era uma república autônoma da Ucrânia, ao seu território em 2014.
Esse ano, o Japão assumiu a presidência, que é um cargo rotativo, e sediou a reunião na cidade de Hiroshima. Além dos países que fazem parte do grupo, houveram alguns convidados, como Brasil, Índia, Indonésia, Coréia do Sul, Vietnã, Ucrânia, Comores, Ilhas Cook e um representante da ONU (Organização das Nações Unidas).
Os assuntos principais abordados na reunião foram o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, segurança alimentar, crise climática e sistema mundial de saúde.
O grupo, que explicitamente se opõe à invasão da Rússia ao território ucraniano, aplicou mais sanções contra o país e aos seus apoiadores, como restringir o Estado a utilizar o sistema financeiro internacional e limitar o comércio e a utilização de diamantes produzidos em território russo, com o objetivo de aumentar os custos a eles.
Além disso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conseguiu apoio diplomático de países como Alemanha, Índia e Japão, e ajuda militar do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que prometeu enviar armas, munições e veículos blindados. “Com esse convite demonstramos a solidariedade inabalável do G7 com a Ucrânia”, disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
Acredita-se que o Brasil, que já foi chamado para sete dessas reuniões, tenha sido convidado esse ano pelas falas do presidente Lula sobre a guerra na Ucrânia. Na sua fala, o líder declarou neutralidade sobre o conflito, mantendo uma boa relação diplomática com a Rússia mas, na reunião, era esperado que ele adotasse um tom mais crítico à federação russa.
No encontro, Lula buscou arrecadar dinheiro para o Fundo Amazônia, ajudar a Argentina junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e se colocar como ponte entre o G7 e os Brics, grupo de economias emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ele também participou de onze reuniões bilaterais, em que discutiu o conflito na Ucrânia, como as nações só querem a paz no mundo e a ideia de formar um grupo de apoio entre países que possuem grandes florestas.
Sobre as mudanças climáticas, as nações se comprometeram a eliminar ininterruptamente os combustíveis fósseis, implementar energias renováveis e acabar com a poluição plástica até 2040. Ademais, como forma de tentar zerar a fome globalmente, foram propostas medidas como o apoio a ações de assistência humanitária e a garantia da chegada dos cereais da Ucrânia ao resto do mundo.
Eles buscam investir na saúde mundial através da capacidade de produção de vacinas a nível global e da criação de um Fundo para Pandemias, para que todos fiquem mais preparados para possíveis catástrofes.
Falou-se também sobre assumir compromisso com a região do Indo-Pacífico, tornando-a livre e aberta. Foi possível perceber que eles queriam uma decisão conjunta acerca do assunto quando eles convidaram Indonésia, Índia e Ilhas Cook para participar da reunião. Outrossim, eles estão procurando firmar parcerias com os países africanos, buscando uma maior participação deles em eventos importantes como esse, a começar pelo convite feito à Comores, país na África Oriental.
Além da resolução de problemas, essa reunião também gerou polêmica ao referir-se a China, que vem utilizando do comércio para intimidar outros países. O grupo prometeu tomar medidas para reduzir tamanha dependência econômica com o país, e o representante da China manifestou “forte descontentamento” e respondeu dizendo que o G7 estava difamando o país e manipulando questões relacionadas a ele.
Apesar das tomadas de decisões acerca de importantes assuntos internacionais e criação de políticas para combatê-los, há muitas críticas acerca do G7, levando em conta que eles tendem a não se importar com os efeitos que as suas medidas possam ter nos outros países e que muitos problemas hoje discutidos tem raízes no período de colonização realizado por essas mesmas nações. Ademais, apesar da China ser a segunda maior economia do mundo, ela nunca foi convidada a fazer parte do grupo.
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