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Eleições argentinas, a grande atenção da América do Sul

Eleições argentinas, a grande atenção da América do Sul

Notícia por Cecilia Araújo Carlos em 31de agosto 2023


Publicado por Lívia Araújo

Alberto Fernández e Cristina Kirchner durante sessão do Congresso – Casa Rosada

Realizadas no domingo passado, (13/08), as eleições primárias na Argentina viraram alvo de debate no cenário político sul-americano ao longo da última semana. Tal atenção é fruto dos resultados inesperados que apontaram Javier Milei, candidato ultraliberal e de extrema direita, como o favorito para a votação final que está marcada para o fim de outubro deste ano. Nomes como Patrícia Bullrich e Sergio Massa também constaram em alta neste domingo, apresentando-se como os adversários mais poderosos de Milei. A Argentina vive um momento turbulento e seus vizinhos seguem atentos para o desenrolar deste cenário, que pode mudar a dinâmica interna do continente. Contudo, para uma melhor compreensão da importância deste contexto, é necessário entender o sistema eleitoral argentino. 

Sistema eleitoral

    Com um modelo muito particular e único, a Argentina divide seu processo eleitoral em duas fases. Em um primeiro momento, ocorrem as eleições primárias, conhecidas por sua sigla, “Paso” (Primárias Abertas Simultâneas Obrigatórias). Ela tem como principal objetivo decidir os candidatos que participarão da votação final, uma vez que todos os partidos são obrigados a participar das prévias. Tal medida permite a exclusão de partidos chamados de “nanicos”, que representam aqueles que obtiverem menos de 1,5% dos votos. É importante salientar que o vencedor das Paso não forçosamente o será nas definitivas. Já no segundo momento, a votação funciona no mesmo sistema que o brasileiro, havendo a possibilidade de segundo turno. Assim, é possível passar para uma analíse mais detalhada e correta dos resultados e dos candidatos selecionados nas prévias argentinas de 2023. 

Candidatos 

     Javier Milei

    Com 30,4%, a chapa de Javier Milei, “A Liberdade Avança” desponta como a favorita. Ultraliberal e declarado anarcocapitalista, Milei é uma figura controversa que se denomina como “umates”. Os resultados que o apontam como forte candidato foram surpreendentes, uma vez que seus projetos políticos são bastante polêmicos. Propostas de fechar o Banco Central, dolarização da economia argentina, fim da parceria econômica com a China (que é a segunda maior parceira econômica da Argentina) por desacordos ideologicos, proibição do aborto e descaso das questões climáticas por considerá-las uma “farsa da esquerda” constam na agenda politica, social e econômica de Javier. No Brasil, recebeu apoio público do ex-presidente, Jair Bolsonaro, e se declara como grande admirador do ex-presidente norte-americano, Donald Trump. 

O candidato representa um movimento insurgente direitista na América do Sul e um possível caminho radical para a resolução da crise econômica argentina, com o liberalismo total. Ganhou grande popularidade entre os jovens revoltados com os partidos tradicionais e a atual situação do país.

Patrícia Bullrich

   Apesar de ser a candidata da segunda chapa mais votada, “Juntos pela Mudança”, com 28,7% dos votos, Patrícia atingiu a 3º colocação geral. A jornalista de 57 anos pretende remover os controles de capital, cortar gastos e reduzir impostos sobre as exportações agrícolas. Também propõe políticas de segurança robustas, foco no combate ao crime organizado e fortalecimento das forças de segurança. Ela busca impulsionar a economia, atrair investimentos e promover reformas pró-mercado para estimular o crescimento da Argentina. Além disso, enfatiza a necessidade de fortalecer os laços internacionais e a posição do país no cenário global.

Sergio Massa

  Sergio Massa se apresentou como candidato pela “União pela Pátria” e alcançou a 2º posição. Atualmente, atua como Ministro da Economia. Massa propõe políticas econômicas orientadas para o crescimento inclusivo, com ênfase na geração de empregos e estímulo à produção nacional. Ele busca fortalecer os sistemas de educação e saúde, além de promover medidas de combate à pobreza e desigualdade. Massa também defende uma abordagem diplomática para melhorar relações internacionais e atrair investimentos estrangeiros.

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