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Oppenheimer: muito mais que um filme.

Oppenheimer: muito mais que um filme

Notícia por Luís Fernando de Figueiredo Leite Ribeiro em 2 de Agosto de 2023.


Publicado por Fernanda Assis Queiroz

Cartaz do filme Oppenheimer. Fonte: Oppenheimer (nos.pt)

Oppenheimer é muito mais do que um filme. É o cinema aplicado com seu mais puro néctar, é revolucionário, é imersivo e requer uma atenção redobrada de seu espectador. Estreado no dia 20 de julho de 2023 em todos os cinemas e com um marketing um tanto quanto tímido (realizado principalmente pelos próprios atores e promovido pela questão de dividir sua data de estreia com Barbie), Oppenheimer é cotado, por críticos, para concorrer em diversas categorias em premiações internacionais.

O filme faz jus ao nome, já que não retrata apenas o famoso Projeto Manhattan, responsável pela criação da bomba atômica, como também evidencia a vida do físico como um todo. Seu diretor, Christopher Nolan, decidiu mostrar, desde os estudos do intelectual em um laboratório (era conhecido por ser desengonçado nos laboratórios) na Europa, suas paixões, ao decorrer da vida, até a melancolia que o consumiu em razão da criação de uma arma que, ao invés de acabar com todas as guerras, incentivou uma corrida armamentista nunca vista antes.

Por ser contemporânea dos maiores cientistas que a história já teve, a obra traz personagens conhecidos nas aulas de física e química pelo Brasil, como Niels Bohr, Albert Einstein e Heisenberg. Além disso, muitas das suas pautas já foram tema de diversas provas. Entre dessas temáticas estão o  macartismo e a política anti-comunista nos Estados Unidos,  responsável por acusar e condenar diversos artistas, celebridades e intelectuais, como ocorrido em Oppenheimer.

No momento em que dizemos que, na obra, está retratado o cinema em sua belíssima forma, não se trata de um exagero: uma trilha sonora impressionante, feita por Nolan Göransson (trabalhou nas trilhas sonoras de “Pantera Negra” e na série “O Mandaloriano”), que apostou nos violinos para a trilha do filme, visto que, segundo ele, podem tanto passar uma sonoridade romântica quanto passar um som horripilante e maníaco (visto nos diversos momentos de tensão durante Oppenheimer). A sonoplastia da obra-prima de Nolan é impressionante: estrondos fortes como de bombas pareciam que eram produzidos por alguém de dentro da sala de cinema devido à tamanha  perfeição e qualidade desses efeitos sonoros.

A ausência de imagens geradas por computador aumentou ainda mais a experiência cinematográfica. A utilização de VPX, tecnologia que permite o aprimoramento de uma cena realizada com efeitos visuais a fim de se tornar mais fidedigno à realidade (como a realização real de uma explosão e a adição de mais elementos para que se torne mais realista posteriormente), tornou o filme ainda melhor. Christopher Nolan causou um certo caos ao afirmar, em diversas entrevistas, que Oppenheimer seria “zero CGI”, já que, de fato, essa tecnologia não foi utilizada, e sim o VPX.

Sua revolução e imersividade vêm a partir do momento em que o filme é feito com câmeras IMAX, com um rolo de filme de 70mm, resultando na maior resolução do mundo. Se uma televisão de 4K já nos entrega uma qualidade tão espetacular, imagine uma de 18K (a resolução oficial de Oppenheimer). Sua qualidade é tão surreal e revolucionária que a própria IMAX teve que produzir uma tecnologia totalmente nova para a experiência que era almejado por Nolan em Oppenheimer. Além disso, apenas 30 cinemas no mundo serão capazes de exibir o filme em sua qualidade original,  nenhum desses cinemas são localizados no Brasil.
Vale ressaltar que a imersividade foi levada tão a sério que existem momentos no filme em que o espectador se sente ao lado do Dr. Robert Oppenheimer, vivenciando cada momento, seja ele de alegria ou angústia. Isso se deve principalmente à atuação fantástica de Cillian Murphy, que já havia demonstrado a profundidade em sua atuação e seriedade em seus papéis em Dunkirk (2017) e Peaky Blinders (2013-2022). 

Cillian Murphy conseguiu expressar a tristeza e melancolia de um gênio contemporâneo, como Oppenheimer, que se viu como o responsável pela arma mais mortífera do mundo: a bomba atômica. Existem relatos que, para manter essa forma, Cillian não frequentava os jantares realizados pelo elenco após os ensaios, evitando certo tipo de apego que acabaria por enfraquecer sua performance.
Atuações como as de Matt Damon, Emily Blunt e principalmente a de Robert Downey Jr. não devem ser deixadas de fora. Damon, que estava para dar uma pausa na carreira, após receber uma ligação que tratava de Oppenheimer, desistiu da ideia e entregou uma grande performance como o general americano Leslie Groves. Blunt, a qual interpreta Kitty Oppenheimer, esposa do físico, fez uma belíssima e forte atuação, mostrando o lado de uma mulher que faria de tudo pela sua família e retratando com verossimilhança a esposa de Oppenheimer. A atuação de Robert Downey Jr. dispensa comentários, pois s para mostrar que sua carreira não se trata apenas de Tony Stark, mas sim de outros excelentes papéis que o ator carrega em seu currículo. Em Oppenheimer, Robert retratou Lewis Strauss, o qual, no filme, é o antagonista, por tentar condenar Robert Oppenheimer a qualquer custo.

Mesmo com todos os prós, porém, o filme necessita de uma atenção redobrada do espectador e de um conhecimento prévio acerca da história de Oppenheimer, visto a gama de personagens secundários que devem ser recordados para um melhor entendimento da história, além de sua duração de espetaculares três horas e o contexto histórico que se passa o filme (dentre o período chamado de Entre Guerras até a década de 50). Outros fatores secundários são interessantes, por exemplo  o espectador deve  levar para a poltrona do cinema a abertura para participar do jogo ficcional, como o jogo de coloração que a obra utiliza, já que nos momentos em que a imagem aparece colorida,uma visão subjetiva e sob o ponto de vista de Oppenheimer está sendo mostrada, enquanto nos momentos em que a imagem aparece em preto e branco, uma visão mais objetiva e imparcial é apresentada para o público. 

Oppenheimer já está disponível nos cinemas brasileiros e promete recordes de bilheteria e de premiações. O trabalho feito nesses anos de produção irá mostrar que, de fato, Oppenheimer merece tudo isso e se eternizará na história do cinema como uma das melhores obras já produzidas.

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Luís Fernando de Figueiredo Leite Ribeiro

Meu nome é Luís Fernando, tenho 16 anos e é com imensa honra e gratidão que faço parte da equipe da Folha Única de 2022 como jornalista. No meu tempo livre, gosto de ler notícias e estar atualizando quanto a geopolítica mundial. Além disso, gosto de jogar basquete e futebol e adoro sair com os meus amigos.

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