Reportagem por Ana Clara Strauss em 27 de setembro de 2023
Publicado por Jullia Carneiro
A cúpula do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, começou dia 22 de agosto em Joanesburgo. Essa foi a primeira reunião presencial entre os líderes do bloco após a pandemia de Covid. Apenas o presidente russo Vladimir Putin, alvo de um mandado de prisão do tribunal penal internacional por causa da guerra na Ucrânia, não viajou para a África do Sul e participou de maneira virtual. O principal tema desse encontro foi a possibilidade de aceitar novos países e ampliar o Brics, além dos 5 países que já compõem o grupo hoje em dia.
O Brics representa 40% da população mundial e 26% de toda a riqueza gerada no planeta. Desde a criação do bloco em 2006, seus integrantes realizam diversas reuniões multilaterais para debater temas econômicos e políticos. Com o aumento da relevância do Brics no cenário internacional, 22 países fizeram pedidos formais de adesão (segundo informações do Itamaraty). A principal defensora da ideia de um super Brics foi a China, com apoio da Rússia.
De acordo com analistas, a proposta da diplomacia chinesa é vista como uma forma de aumentar a influência global do país e evitar o isolamento da potência asiática em um momento em que as relações com os Estados Unidos e com a Europa estão abaladas. Sob esse viés, o aumento do Brics poderia surgir como contraponto a fóruns multilaterais mais tradicionais, como o G7 (grupo dos 7 países mais desenvolvidos do mundo). Contudo, o presidente brasileiro, Luís Inácio, negou a ideia de antagonismo.
Apesar da forte insistência chinesa para aceitar novos membros no Brics, outros países ofereceram resistência. Brasil e Índia apresentam alguns receios quanto à proposta chinesa. Um dos temores é que a ampliação acelerada do bloco poderia resultar na diminuição da influência do Brasil, o qual é membro fundador do grupo.
Entretanto, a 15ª cúpula do Brics terminou em 24 de agosto com o anúncio da expansão do bloco. Não houve adoção de critérios e nem avaliação dos pedidos de adesão. Nas palavras do assessor especial da Presidência da República para relações exteriores, o ex-ministro Celso Amorim, “Você escolhe os países e aí depois define os critérios”.
Foram convidados a entrar: Arabia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã e Etiópia.
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