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Marcas de perfume de luxo estão envolvidas com trabalho infantil

Marcas de perfume de luxo estão envolvidas com trabalho infantil

Notícia por Tatiane Gomes em 9 de junho de 2024

Publicado por Livia Araújo

 Diante da atual pesquisa e investigação realizada pela corporação BBC,crianças colhem ingredientes utilizados pelos fornecedores de duas importantes empresas de perfume de luxo: Lancôme e Aerin Beauty. Além disso, fontes afirmam que a redução do orçamento no setor faz com que colhedores de jasmim, no Egito, recorram aos filhos para participar do trabalho. 

  Os investigadores de cadeias de produção e fornecimento de perfumes descobriram que o jasmim usado pelos fornecedores das respectivas marcas foi colhido por menores de idade. No entanto,todas as lojas acusadas afirmam que têm tolerância zero com o trabalho infantil. A L’Oréal, dona da Lancôme, assegurou seu compromisso com o respeito aos direitos humanos. Já a Estée Lauder, dona da Aerin Beauty, declarou que entrou em contato com seus fornecedores para verificar a situação. 

 O jasmim usado no perfume Idôle L’Intense, da Lancôme, e no Ikat Jasmine e Limone Di Sicilia, da Aerin Beauty, vem do Egito, responsável por cerca de metade da produção mundial de flores de jasmim, um ingrediente fundamental para os perfumes.

   Através de  informações obtidas pela  BBC, sabe-se que poucas empresas, donas de diversas marcas de luxo,estão reduzindo seus orçamentos, o que resulta em pagamentos muito baixos para remunerar a mão de obra envolvida nos processos. Dessa forma,os colhedores de jasmim do Egito afirmam que esta situação os força a envolver seus filhos na operação. Nesse contexto, Heba,moradora de uma aldeia no distrito de Gharbia,o centro da região produtora de jasmim no Egito, relatou à produção da BBC que acorda a sua família às 03h da manhã para começar a colher as flores,antes que elas fiquem estragadas com o calor do sol. A moça  precisa da ajuda de seus quatro filhos, que têm idades entre 5 e 15 anos para dar conta de tudo. 

  Como a maior parte dos colhedores de jasmim do Egito, Heba é uma “colhedora independente” e trabalha em uma fazenda de pequeno porte. Quanto mais ela e seus filhos colhem, mais eles ganham, o que acaba intensificando a prática do trabalho infantil.

 Na noite em que foi filmada a atuação da família, Heba e seus filhos conseguiram juntar 1,5 kg de flores de jasmim. Depois de pagar um terço dos seus ganhos para o dono da terra, ela ficou com cerca de US$ 1,50 (aproximadamente R$ 7,75) por aquela noite de trabalho.Isso é uma miséria, já que o Egito vive uma inflação recorde, e os colhedores vivem muitas vezes abaixo da linha da pobreza. 

No Egito, é ilegal que qualquer pessoa com menos de 15 anos trabalhe entre 19h e 7h da manhã. Logo, o problema, segundo um executivo sênior da casa de perfumaria Givaudan, é a falta de fiscalização das empresas de perfumes sobre as suas cadeias de fornecimento.

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