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Apesar da crise nas federais, UnB avança com inclusão e tecnologia

Apesar da crise nas federais, UnB avança com inclusão e tecnologia

Notícia por Thiago Boratto Braga de Souza


Publicado por Mariana Dias

As universidades federais brasileiras continuam sendo a base da formação profissional no país, mas enfrentam uma crescente crise orçamentária que ameaça comprometer a qualidade do ensino. A Universidade de Brasília (UnB), uma das mais influentes do país, é um exemplo de resistência e reinvenção diante dos desafios.

Segundo informações da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), divulgadas em março, mais de 80% das universidades federais reportaram dificuldades em manter programas de extensão, pesquisa e infraestrutura básica. A UnB, embora afetada, tem apostado em parcerias com o setor privado e programas de inovação para contornar os cortes.

“Temos trabalhado com criatividade para manter nossa excelência. O impacto é real, mas seguimos firmes na missão de formar profissionais críticos e comprometidos com o país”, afirmou a reitora da UnB, Márcia Abrahão, em entrevista recente ao Correio Braziliense.

A universidade, que atende mais de 40 mil alunos em cursos de graduação e pós-graduação, foi pioneira na implantação de políticas de cotas raciais e sociais, além de ser referência nacional em inclusão. Estudantes de todo o DF, de Goiás e de outros estados enfatizam que só conseguiram chegar ao nível onde se encontram em razão das medidas público-sociais adotadas por ela.

Apesar do avanço em inclusão, a falta de recursos compromete ações de pesquisa e internacionalização. A UnB e outras federais têm registrado dificuldades para custear bolsas de iniciação científica e intercâmbios, tradicionalmente financiados por agências como a Capes e o CNPq, que também sofrem com a redução de verbas.

Em contrapartida, iniciativas como o Parque Científico e Tecnológico do DF, ligado à UnB, buscam integrar estudantes ao mercado de trabalho com foco em inovação. Em 2024, a universidade firmou mais de 50 parcerias com startups e empresas do setor público, criando oportunidades de estágio e pesquisa aplicada.

“Investir na universidade pública é garantir o futuro do país. Não há desenvolvimento sem educação de qualidade”, pontua o economista Sérgio Vale, em artigo recente na Folha de S.Paulo.

Enquanto o debate sobre o orçamento da educação federal continua em pauta no Congresso Nacional, em Brasília, alunos e professores das universidades federais seguem mobilizados por melhores condições e reconhecimento. A formação profissional, como defendem especialistas, começa nas salas de aula — e passa, necessariamente, pelas universidades públicas.

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