Publicado por Maitê Folha Desseaux
Mesmo que o ser humano tenha deixado de ser nômade há muitos séculos e seja um indivíduo agregador, que gosta de fixar raízes, há uma parcela da sociedade que mantém viva uma certa obsessão por viajar e explorar o mundo ao seu redor. A isso chamamos de Wanderlust, termo derivado da junção de duas palavras de origem alemã: wandern (viagem, caminhada) e lust (desejo, anseio por).
Ou seja: pessoas que sentem prazer em viajar, em conhecer novas culturas, novos locais. E parece que, a cada dia, conhecemos mais gente que possui essa vontade de viajar, de explorar novos lugares.
Para essas pessoas, a viagem começa antes mesmo de se chegar ao destino tão sonhado. Desde a fase de planejamento e de pesquisa de locais para conhecer, o viajante é invadido por uma sensação de bem-estar. Seus olhos brilham, e há quem diga que já sente até um frio na barriga só de se imaginar no local desejado.
Como é de se esperar, essa síndrome acomete, em geral, pessoas na faixa etária de 20 a 40 anos, quando, justamente, os indivíduos estão no início da sua carreira profissional, recebendo seu próprio salário e vendo a possibilidade de ter o mundo aos seus pés. Tudo o que eles precisam fazer é planejar a viagem de acordo com as suas possibilidades, isto é, no valor que eles dispõem.
Essas pessoas estão constantemente pesquisando novos lugares para conhecer e organizando viagens que “caibam em seus bolsos”. Não importa o destino, o importante é o prazer de descobrir o novo, é a viagem em si.
De acordo com um estudo desenvolvido pela Universidade de Kaplan, nos Estados Unidos, acredita-se que a Síndrome de Wanderlust possa ter correlação genética, existindo, assim, um gene viajante chamado de DRD4-7R. Segundo a pesquisa, os efeitos da dopamina no cérebro, causados pela presença do gene, são liberados em maior ou em menor grau, à medida que o número de carimbos no passaporte vai aumentando.
Isso pode explicar uma evolução da história recente da humanidade. Foi observado na pesquisa que os norte e sul-americanos são os que possuem maior carga genética do DRD4-7R, mas que, no mundo inteiro, menos de 20% das pessoas são acometidas pela síndrome.
Outra pesquisa, desta vez da Universidade da Califórnia, indica também o fator genético para a Síndrome de Wanderlust, pois mostra que o “alelo 7R prevalece em culturas migratórias do que em povos fixos”.
No entanto, sabemos que não basta que se tenha o fator genético e o prazer em viajar. Pode-se até ter o passaporte e os documentos sempre prontos para uma viagem, mas há outros aspectos que devem ser levados em consideração e que não serão encontrados em artigos científicos, como o conhecimento de línguas estrangeiras e, principalmente, o dinheiro no bolso.
E você? Acredita que sofre da Síndrome de Wanderlust? Como se virou neste período de pandemia, em que muitas fronteiras estavam fechadas?
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