Reportagem por Ana Belle Silva Ramos em 23 de junho de 2022
Publicado por Maria Clara Pedroza Santos
Safo de Lesbos, indo contra a tradição literária ocidental, foi uma mulher queer pioneira a qual agitou o cânone, as possibilidades do presente e a ordem patriarcal grega. Não obstante, além da poesia lírica, escreveu poesia elegíaca e iâmbica. Nascida entre 630 e 612 antes de Cristo, era originária da Grécia, mais especificamente da Ilha de Lesbos, num período onde atração pelo mesmo gênero era aceitável socialmente, contudo, com as metamorfoses do corpo social, as civilizações aparentaram procurar apagar este fato, distorcendo seu trabalho de acordo com a própria visão do “moral”, sem querer admitir que uma poetisa de tamanha influência era queer. Em uma teoria, chegava-se a discorrer sobre Safo, com a forma erótica sensual que descrevia as deusas, como apenas uma sacerdotisa fazendo seu trabalho.
As palavras “lésbica” e “sáfica”, sendo que ambas fazem referência à atração homossexual entre mulheres e indivíduos alinhados ao feminino, são proveninentes, respectivamente, da ilha onde nasceu e do seu próprio nome.
Não são precisos os relatos de sua vida, e poderiam ser descritos como algo parecido com uma colcha de retalhos, informes imprecisos, de diferentes fontes, nacionalidades e períodos históricos. Muitos de seus poemas perderam-se durante o incêndio da biblioteca de Alexandria, ou sequer foram encontrados, afinal, seus poemas eram recitados oralmente ao som da lira, frequentemente retratando o amor, a paixão, as dores e os prazeres. Seu trabalho apenas passou a ser estabelecido em texto por volta do século 3 a. C, por dois estudiosos da Escola de Alexandria que coletaram os fragmentos e editaram à forma de nove livros. Os fragmentos mais “completos” são fragmento 16, fragmento 31 e Poema dos Irmãos.
Existem estudos biográficos que dizem que Safo, juntamente à sua família, foi exilada de Lesbos para a Sicília, devido a conflitos internos que ocorriam no local, sua posição social e política. Após certo tempo, retornou para Lesbos e em Mitilene inaugurou uma escola para mulheres, onde havia o estudo da poesia e da filosofia, quando tal conhecimento era direcionado ao público masculino. Além disso, ensinava-se às discípulas de Safo sua visão de feminilidade: a inteligência, a elegância, e a graciosidade. Sua escola, ao longo do tempo, sofreu distorções históricas.
Sendo assim, Safo, a poetisa, é de uma atemporalidade inquestionável, e de acordo com Platão: “Dizem que há nove musas, que falta de memória! Esqueceram a décima, Safo de Lesbos”.
“Antigamente, era assim que dançavam a essa hora, as mulheres de Creta; ao som da música, ao redor do altar sagrado dançavam, calçando sob os pés delicados as flores tenras da relva.” Sapho de Lesbos.
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