Reportagem

Terno Rei: o nostálgico pode ser novo

Terno Rei: o nostálgico pode ser novo

Reportagem por Maria Clara Ortiz Rodrigues em 18 de outubro de 2022


Publicado por Vinícius Saad da Ponte

Banda Terno Rei.(Reprodução por: monkeybuzz)

Terno Rei, banda paulista alternativa de rock, está em sua melhor fase. Após lançarem seu último álbum, “Gêmeos”, Ale Sater (voz e baixo), Greg Maya (guitarra e teclado), Bruno Paschoal (guitarra e teclado), e Lucas Cardoso (bateria) embarcaram em uma turnê por todo o Brasil. 

Em 2021, comemoraram o aniversário de 10 anos do grupo. Sua discografia conta com quatro álbuns de estúdio, nos quais encontramos músicas em parceria com artistas como Samuel Rosa e Tuyo, além do selo do produtor da música “Acorda Pedrinho”, Gustavo Schirmer, estar presente no álbum “Violeta”. 

Os membros se conheceram em São Paulo, capital, em um bairro com grande diversidade de bandas. Bruno Paschoal e Lucas Cardoso — o famoso Lubas —, estavam juntos em uma banda de hardcore. Entretanto, com o tempo, as bandas da região foram se separando e, para a sorte dos ouvintes, a dupla juntou-se ao Ale Sater e Greg Maya. Ao longo do tempo, foram deixando de lado o estilo mais pesado e investindo em um som mais inspirado no rock do final dos anos 90 e início dos anos 2000, aproximando-se da musicalidade que encontramos em suas composições hoje em dia. 

Seu primeiro álbum, “Vigília“, foi gravado na época em que a banda continha um quinto membro, Victor Souza, em 2014. O álbum é classificado como dream pop e lo-fi, contendo batidas mais leves e arrastadas, e uma guitarra leve e sem distorção. Fugindo da maioria das músicas gravadas em sua época, “Vigília” capta bem a diferenciação e originalidade que Terno Rei manteve durante seus próximos álbuns e anos de carreira. 

Já o segundo disco, “Essa Noite Bateu Com um Sonho“, representou uma continuação mais madura da ideologia iniciada em “Vigília”. Continuando com sua originalidade, o — então — quinteto conseguiu, ao longo de dois anos, gravar um álbum mostrando não só o seu crescimento como artistas, o qual pode ser observado na utilização de novos efeitos sonoros, arranjos mais complexos e até traços da psicodelia iniciada por Led Zeppelin, mas também seu crescimento como pessoas (e jovens vivendo na capital mais populosa do Brasil) — traços estes que podem ser observados na maior maturidade e complexidade das letras, em sua maioria compostas por Ale Sater. 

“Violeta”, o terceiro álbum de estúdio da banda, foi lançado em 2019. Ele demonstra ainda mais o amadurecimento criativo de seus membros, agora sim, representados pelo quarteto original. Pesando mais para um lado de indie rock, “Violeta” foi o álbum mais aceito e viral da banda, que os fez obter grande sucesso e alavancar ainda mais a sua carreira. A mudança na direção que a banda decide tomar é evidente: com uma maior presença de guitarras, as músicas são mais animadas não só melodicamente, mas também possuem letras mais esperançosas. 

Gêmeos“, o mais recente álbum, é um resumo de toda a trajetória da banda. Além de passar por um período normal do ciclo da vida: a juventude e todos seus conflitos, os membros da banda demonstram em suas músicas as dificuldades passadas durante a pandemia e o período de distanciamento social, que foi extremamente crítico para o mundo do entretenimento. 

Contando histórias sobre como é ser jovem em uma cidade metropolitana, com um caráter nostálgico e visionário, Terno Rei está deixando sua marca na história da música brasileira. 

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