Com clima nostálgico de “Rocky”, Creed II não desaponta e traz novos ícones para uma sequência promissora.
2006 foi um ano de muita tristeza para os milhares de fãs da sequência de filmes “Rocky”, iniciada trinta anos antes, em pleno ápice da Guerra Fria. Ao que tudo indicava, as aventuras do grande lutador americano Rocky Balboa para defender a pátria estadunidense de seus inimigos soviéticos dentro dos ringues haviam chegado ao fim. Contudo, em 2015, Creed I chega às bilheterias, contando a história de Adonis Creed e sua jornada para se vingar da morte do pai, Apollo Creed, que foi aluno de Rocky até ser massacrado por um oponente russo em Rocky IV. Lançada três anos depois, é um excelente filme que consegue garantir a sequência, além de ser considerada por muitos a melhor da série desde “Rocky IV”, que foi responsável pela maior bilheteria faturada de toda a franquia.
Apesar de uma das características mais icônicas dos filmes Rocky ser o confronto entre EUA e URSS, em Creed II o tema é abordado de forma superficial, pois o destaque fica reservado para a busca pessoal de Adonis Creed por sua identidade como um lutador. À medida que o filme se desenvolve, Adonis percebe que nunca soube por qual motivo realmente lutava, pois sempre esteve atrás da sombra do nome da família e da herança do pai no mundo da luta. Por outro lado, seu oponente, Viktor, também expressa tal ausência de identidade, já que dedicou sua vida inteira à vingança de seu pai, derrotado anteriormente por Rocky, porém seu sofrimento é substituído pela dor de um intenso treinamento, como mostrado no filme. Assim, o filme transcende a abordagem patriótica, adentrando áreas como autoconhecimento e objetivos pessoais, mas sem abrir mão de cenas incríveis de luta que tornam o filme cativante do início ao fim.
Além disso, o sucesso conta com um elenco montado com maestria, dentre os quais destacam-se Sylvester Stallone (Rocky), Michael B. Jordan (Adonis) e Tessa Thompson (Bianca), e uma trilha sonora indicada para qualquer um em busca de motivação para ir atrás de seus objetivos, tal qual Adonis no filme. “Creed II” consegue ser nostálgico e inovador em cada momento, tornando-o uma sessão de tarde obrigatória tanto para os fãs do passado quanto para aqueles em busca de uma nova aventura. Recomendo para todos acima de 12 anos, com base na classificação indicativa do próprio filme.
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