Resenha por Noemy Neres em 30/07/2021
Em “Pieces of a Woman”, filme dirigido por Kornél Mundruczó, que garantiu a indicação de melhor atriz à Vanessa Kirby na premiação Oscar de 2021 pela interpretação de Martha Weiss, personagem principal, retrata a história de um casal que vê sua vida desmoronar após a morte de seu bebê recém-nascido, ao optarem por um parto domiciliar com uma parteira. Ao mesmo tempo que os dois tentam lidar com o trauma psicológico da perda e dos problemas ocasionados por ela em seu relacionamento, precisam lidar com a questão jurídica: foi um erro técnico ou realmente não havia como salvar a criança?
A princípio, é importante ressaltar que essa produção pode servir de gatilho para algumas pessoas, principalmente por tratar de temáticas extremamente sensíveis, além de retratar de forma bastante realista a percepção de cada personagem, como a mãe, o pai, a avó, a parteira… Toda dor, toda revolta, toda a angústia, toda a aversão, toda tensão e todos os problemas que surgem ao longo da trama são mostrados. Os atores mergulham a fundo no personagem e é possível, de fato, sentir o sentimento de cada um a cada momento simultaneamente. Surreal.
Somado a isso, o filme é realmente cativante. Caso você perca cinco minutos, vale a pena voltar e assistí-los, pois, a todo momento, ele te faz ter um olhar crítico sobre a situação. A mãe tem o direito de se retrair tanto diante do que passou? O pai realmente está totalmente errado por não conseguir dar o espaço necessário para sua esposa ou ele só estava tentando canalizar sua frustração em outra coisa? A avó está errada por querer achar um culpado para a morte de seu neto e querer que a filha concorde com suas ideias? A parteira é culpada ou inocente, sendo que os pais sabiam que ela não era a profissional que tinham combinado e ela alertou sobre a necessidade da chamada da ambulância?
Diante disso, fica claro que “Pieces of a woman” é um ótimo filme, que consegue trazer de uma maneira rica em detalhes tudo o que é proposto, tanto as relações intrapessoais, quanto as interpessoais, e dialogar em todos os sentidos com o contexto contemporâneo – porquanto, hoje em dia, muitas mulheres ainda optam por parto domiciliar -, e também por trazer de forma totalmente não romantizada as dores e as inseguranças que o parto em si traz e o sofrimento que a perda de um filho, mesmo que recém-nascido, pode gerar, em contexto familiar. Logo, é um filme que todos deveriam assistir, pois esse é um assunto não muito discutido entre as pessoas, entretanto, que pode sobreviver a todas.
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