O que a série “Maid” tem a nos mostrar?

Criada e roteirizada por Molly Smith Metzler, “Maid” é uma minissérie inspirada no livro de Stephanie Land “Superação: trabalho duro, salário baixo e o dever de uma mãe solo”. Lançada em 2 de outubro de 2021 na plataforma “Netflix”, a série traz como história a dura jornada de Alex que, vítima de um relacionamento abusivo, foge com sua filha Maddy a procura de emprego e melhores condições de vida. 

Os episódios iniciais mostram Alex que, ao ser agredida verbalmente pelo seu marido, cria coragem e decide ir em busca de alguém que poderia ajudar ela e sua filha. Sem nenhum dinheiro, a protagonista vai até uma assistência social onde ela possa receber um auxílio financeiro momentâneo, porém, por ela não ter sofrido nenhuma violência física, a assistente não poderia dar prioridade a ela. Inicialmente, Alex recebe somente uma indicação de trabalho e, então, a jovem encara a oferta, mas as complicações e os obstáculos começam a surgir. 

A trama começa a partir do momento em que Alex consegue o emprego como faxineira, mas sem ter com quem deixar sua filha, acaba deixando com sua mãe que sofre com transtorno de bipolaridade e, também, vive em um ambiente de exploração por parte de seu parceiro.  Na série, fica evidente que Alex evita pedir ajuda a sua família, principalmente ao seu pai, já que este batera uma vez em sua mãe quando Alex era pequena. Finalmente, a jovem encontra um lugar para ficar, conhecido como um lar de reestruturação para mulheres que sofreram ou sofrem por alguma violência doméstica.

Vê-se que, no desenrolar da série, o pai da criança tenta, de qualquer forma, tomar a sua guarda ou fazer com que Alex volte para casa, com a justificativa de que estaria “mudado”. Pode-se perceber, porém, que tal justificativa não era real, já que a protagonista, ao voltar para casa, vivencia, novamente, o que a motivou a fugir com sua filha. Outro fator de fundamental importância da obra é as pessoas que Alex conhece durante sua luta por sobrevivência, posto que estas a auxiliam dando dicas, ajuda financeira e companheirismo feminino.

Dessa forma, é notório que essa realidade é vivenciada por muitas mulheres atualmente e o quanto é difícil se estabilizar novamente após uma violência, seja física, verbal ou psicológica, além das dificuldades das ofertas de emprego, principalmente quando a vítima foge com seus filhos. 

É de fundamental importância que as mulheres, as quais sofrem por tal situação, busquem ajuda, mesmo que seja o mais difícil possível, para que não aconteça algo pior futuramente. No Distrito Federal, existem 3 setores especializados de atendimento a vítimas de agressão: Assistência social, hospitais e segurança pública. Há, também, o “disque 180”, que serve como Central de atendimento à mulher.