Rocketman: a busca pelo amor

Rocketman: A busca pelo amor

Resenha por Maria Clara Ortiz Rodrigues em 14 de abril de 2022


Publicado por Marianna de Castro

Rocketman
Imagem do ator Taron Egerton em seu papel como Elton John (Reprodução da imagem por AdoroCinema)

Amor. Quantos de nós podemos afirmar que somos amados? Quão gratificante é saber que no mundo há alguém que agradece e roga por nossa existência? Sendo considerado por muitos um dos pilares da formação humana, o conceito de ser amado é algo que Reginald Kenneth Dwight não conheceu. No início da vida de Elton John, após deixar para trás seu velho nome, Reggie, e sua velha origem, uma família conturbada e problemática, o conceito de amor ainda era enigmático. Muitas reviravoltas aconteceram na vida de uma das mais famosas e marcantes estrelas do rock; e o filme “Rocketman” retrata algumas delas. 

Lançado em 2019, “Rocketman” se trata de um musical que desenvolve a história de vida, até os dias atuais, de Elton Hercules John. Dirigido por Dexter Fletcher, conhecido por dirigir outro musical biográfico, “Bohemian Rhapsody” – que retrata a história da banda Queen, com um foco em seu vocalista/pianista, Freddie Mercury – o filme se aprofunda nas tramas e no backstage da vida aparentemente glamurosa de Elton John. 

Tudo começa na reabilitação. Elton John, representado por Taron Egerton – que ganhou um Globo de Ouro por sua louvável atuação no filme – senta-se em um círculo de pessoas em um centro de terapia, vestindo uma de suas roupas de apresentação, idealizadas e desenhadas pelo estilista Julian Day.

Ao ser perguntado sobre o motivo de sua presença, Elton começa a discorrer sobre todos os problemas que o afligem, entre eles o vício em cocaína, o alcoolismo, o vício em compras, entre outros. O cantor, após ser questionado sobre a origem destes problemas, começa a contar a história de sua vida, iniciando por sua conflituosa infância. Após ser abandonado e negligenciado por seu pai, Elton John se descobriu um prodígio no piano, recebendo uma bolsa de estudos na Royal Academy of Music, a mais prestigiosa academia de música do Reino Unido. Quando ganhou seu primeiro disco do Elvis Presley, ele descobriu seu sonho: se tornar uma estrela do rock. 

Por ser extremamente talentoso, seu sucesso foi quase imediato. Juntando-se com sua inseparável dupla, Bernie, que escrevia letras para as melodias de Elton, eles foram chamados para performar, no início de suas carreiras, no Troubador, nomeado pela Rolling Stone Magazine como uma das melhores casa de shows de rock do mundo; já havendo recebido artistas como Neil Young, Joni Mitchell, Bob Dylan e Janis Joplin.

Ao longo da narração de sua história, Elton John vai retirando peças da sua roupa de performance, começando por enormes asas compostas por penas, seguindo de um capacete cheio de brilho e finalizando com seu chamativo macacão laranja. Ele termina sua fala vestindo somente um abrigo preto, mostrando sua vulnerabilidade ao enfrentar e narrar sua trajetória; se abrindo, de todas as formas, ao telespectador. O filme é inesquecível. Com as inquestionáveis e majestosas músicas de Elton John, que compõem a trilha sonora de todo o filme, podemos observar o grande talento, diversidade e complexidade das composições de John. Sua discografia possui a música perfeita para retratar qualquer momento, desde o abandono de um filho por parte do pai, até a sensação boa de se apresentar na frente de milhares de pessoas. 

Imediatamente após assistir ao filme, “Rocketman” se tornou um dos meus longas favoritos e mais recomendados. A obra cinematográfica consegue tocar e emocionar qualquer um que a vê, desde fãs de musicais e gerações mais novas, até gerações mais antigas que acompanharam o início da carreira de Elton John.  Ao demonstrar grandes conflitos e reviravoltas na vida do astro, abordando temas desde a realidade por trás da fama até sexualidade e o abuso de drogas, “Rocketman“, que recebeu o aval e a admiração do homem sobre o qual é baseado, é um dos melhores filmes que já vi. 

Após encontrar o verdadeiro amor em sua vida – o amor próprio – Elton John entrou para a reabilitação e está, há 30 anos, sóbrio. 

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