Barbie e o acolhimento à feminilidade.
Resenha por Ana Belle Silva Ramos em 07 de agosto de 2023
Publicado por Júlia Corgosinho
Sendo um sucesso inquestionável, o filme “Barbie”, dirigido por Greta Gerwig, foi lançado no dia 20 de julho de 2023, tendo sido bastante aguardado pelos fãs, visto o pesado marketing efetuado sobre o filme e sua proposta nostálgica com grande alcance etário. Portanto, logo em seu lançamento, o filme arrecadou aproximadamente US$ 337 milhões mundialmente e, recentemente, ultrapassou a marca do bilhão, inserindo-se entre as produções cinematográficas de maior bilheteria e tornando-se o primeiro filme dirigido por uma mulher a atingir os um bilhão de dólares.
A longa-metragem é ambientalizada, em seu início, no mundo utópico da Barbielândia, onde as bonecas Barbie vivem junto aos Kens e ao Allan, fazendo referência ao boneco descontinuado da Mattel. Nesse universo as mulheres são tudo que se pode ser, desde escritoras e ganhadoras do prêmio Nobel a presidentes, enquanto os Kens são ignorados e apenas existem graças às Barbies. Contudo, a Barbie, interpretada por Margot Robbie, percebe que há algo de errado acontecendo em seu lar, e parte em uma aventura rumo ao mundo real para que tudo volte ao normal. Todavia, a boneca, ao chegar à realidade, percebe que o mundo não é como imaginava: o gênero feminino é desprezado e sofre com a violência e misoginia. Com base nisso, o filme se desenvolve tecendo críticas à sociedade patriarcal enraizada e ao machismo.
A genialidade do filme consiste na troca de papéis tradicionais femininos e masculinos, fazendo com que constantemente nos coloquemos no lugar de ambos os grupos, além do seu caloroso abraço à feminilidade e abordagem de temas complexos como: o envelhecer de uma mulher, as cobranças ao gênero feminino, a maternidade, o relacionamento abusivo e a infância. É uma obra emocionalmente tocante, principalmente para as espectadoras mulheres, já que abrange vários aspectos de suas vidas de maneira tão delicada e, enfim, intrinsecamente feminina.