Notícia por Ana Tereza Lemos em 15 de março de 2024
Publicado por Maria Luíza Balbo
Com o início da segunda sessão, um cenário de tensão já predominava no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU). A delegação dos Estados Unidos da América, fazendo referência a um excerto do Hino Nacional Brasileiro – “Verás que um filho teu não foge à luta” -, direcionou uma contundente crítica à delegação do Brasil: “Como sua nação afirma não fugir da luta e permite que seus cidadãos sejam mortos pelo grupo terrorista Hamas?”. A delegação brasileira, que se mantivera neutra até o momento, apoiando a decisão de redigir um acordo de cessar fogo e promover o julgamento de ambos os países – Israel e Palestina -, mostrou-se indignada frente à acusação norte-americana: “A violência do Hamas não afeta o Brasil”, afirmaram seus representantes, “portanto, essa luta não é de responsabilidade brasileira”.
Ainda no início da sessão, a delegação palestina propôs um armistício – uma ação pacificadora promovida pela ONU com o intuito de promover a resolução da questão social. Foi discutida a possibilidade de se responsabilizar um país neutro pela paz do povo palestino. Após votação unânime a favor da suspensão do debate, teve início um período de discussão livre, no qual foi discutido o armistício proposto pela delegação palestina. Os interesses de ambas as delegações conflituosas foram discutidos: a Palestina propôs que a mediação do armistício se desse por parte do Japão e da Dinamarca, enquanto Israel solicitou a prisão dos participantes do Hamas.
Próximo ao fim da sessão, as tensões foram agravadas com um ultimato dos Estados Unidos, que se recusaram a aceitar as soluções propostas se não houvesse cumprimento de suas exigências quanto à dissolução do Hamas, e com a defesa do Hamas por parte da delegação da Síria, que afirmou que “Hamas nunca foi um grupo terrorista, mas um grupo militar de resistência”.
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