Comitê UA-OUA aprofunda debate sobre a Guerra De Ruanda e discute possíveis soluções
Notícia por Anne Nakai Souza em 21 de março de 2025
Publicado por Giovanna Bernardes

comitê: UA-OUA (Ruanda)
A segunda sessão do Comitê UA-OUA deu continuidade às discussões sobre a Guerra de
Ruanda, agora sob a liderança de Giovanna Turra, presidente do bloco Leste.
Durante o debate, Pedro Garcia, deputado de Níger, defendeu a suposta superioridade dos
hutus em relação a outros povos e sugeriu a morte de alguns membros do grupo para
equilibrar as forças. Seu discurso, marcado por apelos à invasão e à violência, foi encerrado
com a frase: “Fogo nos racistas”.
Em resposta, Rafael Alves, deputado da República Centro-Africana, propôs a abolição do
darwinismo social, destacando-o como um legado da colonização. Já a Somália
argumentou que nenhuma potência estrangeira deveria interferir na soberania ruandesa,
limitando-se a prestar auxílio humanitário com suplementos e mantimentos. Outros países
alertaram para a superlotação de refugiados e exigiram o retorno dos ruandeses ao seu
país de origem.
A sessão também marcou o início da lista de oradores. Luiza Modesto, representante da
Guiné, criticou a fala de Níger “olho por olho, dente por dente”, classificando-a como “ridícula”. Em paralelo, Davi Freitas, deputado de Angola, defendeu a implementação de leis
que fortaleçam a paz, posicionando-se diretamente contra o discurso nigerino.
Posteriormente, Giovanna Turra, deputada de Ruanda, sugeriu a criação de um governo
democrático, com representação igualitária entre hutus e tutsis. A Somália reforçou essa
proposta, reiterando a necessidade de evitar a intervenção de organizações internacionais.
Além disso, a sessão resultou na elaboração de um Documento de Trabalho, reunindo
sugestões para possíveis resoluções do conflito. Entre as propostas discutidas,
destacam-se projetos educacionais e a possibilidade de um cessar-fogo. No entanto, essa
última medida foi contestada pela delegada do Chade, Beatriz Negão, que argumentou que
a trégua não seria suficiente para solucionar a rivalidade entre os grupos.