A realidade dentro do “KPOP”

A realidade dentro do “KPOP”

Cultura & Arte Por Giuliana Costa, em 15/03/2020

O “Kpop” (“Korean Pop Music”) é o gênero musical que vem conquistando o coração de muitos jovens atualmente. Porém, por trás de todas as danças, shows, “fan meetings”, videoclipes e premiações, existe uma realidade extremamente preocupante que já levantou diversas polêmicas ao longo dos anos.   

Todos os jovens que sonham em fazer parte de algum grupo famoso de kpop procuram pelas famosas audições que são realizadas ao redor do mundo com o objetivo de recrutar novos artistas. Após as audições, os candidatos que foram selecionados se tornam “trainees” (período no qual eles terão aula de canto, dança e entre outros investimentos que as empresas fazem) e permanecem nessa condição até serem escolhidos para debutar em um grupo. No caso de algumas empresas menores, o artista deve pagar pelo treinamento que teve quando começa a ter alguma renda com sua música (fato explicado por um dos membros do grupo JJCC em seu canal no  youtube chamado “Henry Prince Mak”). Porém, esse processo pode durar anos e, como surge um conjunto novo todos os dias, ocorre uma grande briga por espaço dentro desse meio de entretenimento. Além disso, muitos artistas sofrem com o padrão de beleza imposto pela sociedade coreana: pernas longas, queixo em formato de V, pele branca, ser magro e etc.

Assim como a vida de “trainee” não é fácil, a de um “idol” é menos ainda. Já aconteceram diversos casos de suicídios envolvendo artistas famosos, como a Sulli, a Go Hara e o Jonghyun, por causa de transtornos psicológicos que se agravaram com a pressão que existe nesse meio. Outro tópico bastante comentado quando se trata das dietas impostas aos ‘trainees” e membros dos grupos são os distúrbios alimentares. Inclusive, um caso que ficou bastante conhecido foi o relato da cantora Momo, do grupo Twice, que revelou o pedido de sua empresa para que perdesse 7 kg em uma semana caso ela quisesse participar de um dos  “showcases” e, com isso, ela passou a comer apenas um cubo de gelo por dia e falou que, naquela época, tinha medo de dormir e não acordar no outro dia. Outro acontecimento que ganhou uma grande repercussão foi o suposto envolvimento da vocalista Park Bom com drogas. Nesse período, a artista foi extremamente criticada pelos fãs e pela mídia coreana, mas o que realmente estava acontecendo era um tratamento para depressão (que se iniciou após a cantora ver sua melhor amiga morrer quando ambas estavam jogando futebol) que continha anfetamina (substância proibida na Coreia) na composição de um dos remédios receitados por um médico americano (com quem se consultava durante o tratamento). 

Assim, essa indústria musical apresenta um modelo extremamente preocupante, pois coloca em risco a saúde física e mental dos artistas e continua influenciando outras pessoas a participarem desse sistema, se aproveitando do desejo delas de se tornarem cantoras. Além disso, fazem um grande marketing para que os fãs continuem apoiando esse modelo tóxico que deveria ser tratado com mais relevância para que alguma possível mudança seja feita.

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