Aqui começa um assunto bem polêmico, o reality mais famoso, divertido, e por que não dizer polêmico e controverso do Brasil. Acho que quando começa uma edição nova surge o debate: vou assistir ou não? Por isso, a sacada deste ano do Boninho, diretor do programa, foi convidar algumas pessoas bem “próximas” da gente, os influencers digitais como: Manu Gavassi, Pyong Lee, Boca Rosa entre outros. Isso atraiu novamente a atenção do Brasil para o reality.
É quase como se fosse regra o questionamento: de onde eles tiraram tanta gente preconceituosa, abusiva, manipuladora? A resposta é, na verdade, bem simples: de nós. É muito difícil admitir o fato de que as situações daquela casa se repetem, se não em proporções maiores aqui fora.
Acho que essa edição saiu premiada, logo na segunda semana do programa houve a eliminação do jogador Petrix Barbosa, com 80,27% de rejeição. Todo mundo ficou chocado com a famosa cena dele balançando os seios da participante Bianca Andrade com a suposta desculpa que estaria alongando sua coluna. Bianca estava bêbada e não se lembrou de nada, mas foi chamada no confessionário e disse que estava tudo bem. Depois dessa cena, a maioria das pessoas foi ver as outras ações do participante. Resultado: o caso era tão grave que Petrix foi intimado pela Delegacia Da Mulher para prestar esclarecimentos.
Outros casos de assédio ocorreram com o youtuber Pyong Lee o qual, diga-se de passagem, perdeu o nascimento de seu primeiro filho, Jake, para comparecer ao programa. Pyong ficou bêbado em uma festa e chegou a apertar a bunda de Flayslane, apertar e tentar beijar Marcela e tentar beijar Bianca. Algumas pessoas com uma plataforma muito grande, como Felipe Neto, colocaram em seu twitter após esse acontecimento: “A máscara finalmente caiu.”
O participante Babu Santana fez papéis muito importantes na TV brasileira, como o Tim Maia, mas em outros papéis só atuou como traficante, chefe do morro ou favelado. A razão para essa injustiça é bem simples: ele é negro. Babu sofreu racismo e gordofobia na casa, chorou nas primeiras semanas de programa falando que dói ver seus filhos irem para a escola comendo pão com manteiga e café. Temos que ter em mente que esse é um ator que fez Tim Maia, mas não conseguiu outros papéis por ser negro: o racismo escancarado do Brasil.
Uma situação que doeu foi quando o participante Lucas doou 0 estalecas (é como se fosse o dinheiro no BBB para comprar coisas) para a xepa (local onde os participantes recebem menos estalecas e a variedade dos alimentos acaba sendo mais restrita) mesmo tendo 1800 na sua conta. O óbvio é que Lucas é branco de olho azul e rico. A Thelma, outra participante, acordou chorando de fome, pois não tinha alimento para todos. O pior é que Lucas era o primeiro a comer e pegava mais que todos. Além de falar para Thelma “Eu tenho berço, minha mãe me ensinou a não xingar.” Thelma é negra.
O escândalo atual é o relacionamento abusivo de Guilherme e Gabi. Grande parte das mulheres do Brasil se pronunciaram dizendo que “se o Guilherme é assim em uma casa filmada 24 horas, como ele é fora dela?”. A situação saiu tanto do controle que as participantes Gisele, Manu e Rafa citam, respectivamente: “Ele está podando ela.”; “Ela só sabe chorar agora.” e “Você viu a mudança da postura corporal dela?”. É evidente que o Guilherme faz uma pressão psicológica absurda na Gabi, ela só chora o dia todo pelo simples fato de falar com ele. Ele a culpa pelos pensamentos que a casa tem dele e da relação. Até ameaçou sair do programa e Gabi, chorando desesperada e cheia de culpa, pediu pra ele prometer não vai sair.
Os casos de relacionamentos abusivos não são novidade no BBB. Na edição de 2017, o participante Marcos Harter foi expulso por agressão de seu namorada Emily na casa. Uma cena bem famosa foi ele encurralando ela na parede e gritando com ela após ela sugerir que iria terminar com ele. Após uma crise de ciúmes, Marcos dá beliscões fortes que deixam hematomas no braço da Emily.
É preocupante e assustador admitir que o BBB é de fato um microcosmo da nossa realidade, há assédio evidentes e velados, há racismo evidentes e velados e a famosa militância seletiva. Uma prova disso é a frase “Ninguém solta a mão de ninguém.” Porém, caso você seja negro, gordo, pobre, retraído ou não se encaixe nos “padrões aceitos” ninguém segura a sua mão.
O participante Daniel é a prova viva disso. Fotos suas fora da casa mostram ele segurando cartazes em protesto contra o desmatamento da Amazônia. No entanto, ações sempre falam mais alto que palavras. Na casa, em apenas 1 mês de programa, provou que é muito fácil ser militante na internet, ações como: desperdiçar água, a qual é restrita na casa e deve-se dividi-la entre todos, não saber o significado de xenofobia e zombar depois de ouvir, cometeu apropriação cultural e constantemente faz a casa perder estalecas por não respeitar as regras.
O BBB é o retrato de uma sociedade “desconstruída” e, ao expor situações como machismo, racismo, homofobia, assédio, entre tantas outras, fomenta o debate, fundamental para evoluirmos.
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