Os destaques nacionais do momento são as formas de prevenção contra o coronavírus, entre elas: os atos de lavar as mãos constantemente com água e sabão, de evitar aglomerações, de praticar o isolamento social, de não compartilhar objetos pessoais e de usar o álcool gel. Nesse cenário de pandemia mundial, o maior poder de prevenção é a informação, isto é, quanto mais informada e atualizada a população está perante os acontecimentos, maior será a chance de uma redução drástica na contaminação. Entretanto, é necessário olhar por uma perspectiva que muitos preferem ignorar: a dos moradores de rua. Nem todos os cidadãos podem praticar o isolamento social; um exemplo são as funcionárias domésticas cujos patrões não permitem sua quarentena. A situação dos moradores de rua é quase uma realidade paralela para muitos. Esses moradores não podem se dar ao luxo de lavarem as mãos com frequência, pois o acesso à água não é constante; ou praticarem o isolamento social, pois geralmente vivem em comunidade, dividindo cobertores, marmitas, roupas, caixas de papelão e, não sendo ingênua, as drogas.
Essa situação vulnerável é não só o reflexo de uma negligência do governo, mas também é o reflexo do preconceito ao qual essas pessoas são sujeitas diariamente. Esses reflexos terão como resposta direta uma grande exponencial crescente de contaminação do COVID-19.
Essas medidas preventivas necessárias e essenciais devem chegar a todos, pois, se isso não acontecer, serão ineficazes. Do que adianta uma parte ser constantemente informada, praticando, de fato, as medidas preventivas, e a população de rua, a qual corresponde a 101 mil pessoas, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), não tiver acesso a informações atualizadas e não realizar as medidas preventivas? Caso não haja uma solidariedade coletiva neste momento de crise nacional causada pelo COVID-19, a situação irá piorar em níveis preocupantes.
Levando em conta o fato de que a previsão dos contaminados e mortos no Brasil pelo coronavírus tende a ultrapassar os índices da Itália, já é tardia a ação de informar essas pessoas em situações extremamente vulneráveis de rua e propor soluções com o fim de ajudar esses moradores a praticarem as ações preventivas, tais quais a distribuição gratuita de máscaras, álcool gel e um acesso frequente a água e sabão.
Alguns governadores, como o do Distrito Federal e do Pará, montaram estruturas com o fim de receber os moradores de rua, viabilizando acesso à alimentação e à higiene.Uma fala que retrata meticulosamente esta situação foi a de um morador de rua em SP, que diz:
“Mandaram todo mundo ir pra casa. E nós, que não temos casa? Estamos dormindo aqui um do lado do outro, a 40 centímetros uns dos outros. Pediram isolamento, e nós vamos nos isolar aonde?”
Morador de rua em SP
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