Bolsonaro disse, em entrevista à CNN Brasil, que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, inicialmente exagerou na sua atitude em relação ao coronavírus. “O Mandetta, num primeiro momento, eu estava achando que ele estava exagerando”, apesar do aumento de mortes e casos da doença no país.
O Presidente tem criticado governadores de todo o Brasil, em especial o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o de São Paulo, João Doria, por adotarem medidas fortes de restrição do movimento de pessoas como forma de conter o vírus. Segundo o presidente, as ações são exageradas e estão trazendo uma alta taxa de desemprego.
Mandetta também é um dos defensores da quarentena como ferramenta de contenção do coronavírus, apesar da posição do presidente. Bolsonaro disse também: “Tanto é que ele foi bastante questionado ontem quando falou uma palavra que não era adequada para aquele momento, foi o colapso, e ele explicou perfeitamente. É isso apenas que tenho conversado com ele, acertando os ponteiros”, acrescentou.
O ministro disse que as medidas de restrição do movimento de pessoas são uma forma de evitar uma possível crise no sistema de saúde no Brasil em função da pandemia, como em países europeus. De acordo com o ministro, o Brasil tem vários pontos fortes, como a antecipação das rígidas medidas de enfrentamento ao coronavírus. Mesmo assim, o sistema pode entrar em colapso em pouco menos de um mês. Bolsonaro critica, desacreditando que vai acontecer: “Não acredito. O que estamos fazendo é alongar a curva de infecção”, afirmou. “Não acredito em colapso, a curva vai aumentar.” As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até 17h40 desta terça-feira (24 de março), 2.189 casos confirmados do novo coronavírus no Brasil com 46 mortes. O Rio de Janeiro registra seis mortos e São Paulo, 40.