Quem diria que uma viagem em família levaria a um grande perrengue.
Era para ter sido mais um dia divertido e empolgante num recanto da Bahia, mas, parafraseando minha avó, “nada como um dia de praia atrás do outro e uma ida a Mangue Seco para atrapalhar”. Sim, Mangue Seco. Nunca tinha ouvido falar nessa praia.
É que minha mãe, lá pela década de 90, assistiu a uma bendita novela da Globo chamada “Tieta do Agreste”, em que algumas cenas se passavam nessa tal praia. Pois bem, ela inventou de conhecer. Quando ela falou para o meu pai “Toca pra Mangue Seco”, um pressentimento ruim percorreu minha mente. Não deu outra! Parecia que eu estava adivinhando…
Estávamos eu, meu irmão mais velho, minha mãe e meu pai curtindo uma clássica viagem em família, só que não! O dia estava abafado; o carro, abafado, pois ar condicionado não tinha; minha cabeça, atordoada, por estar, há mais de três horas, olhando para a mesma paisagem: coqueiros e mais coqueiros, uma plantação deles. Até que, para minha surpresa, avistei, no horizonte, o que esperei ansiosamente para ver: o mar!
A expectativa era de que fosse uma praia com marcas de pegadas na areia, restaurantes, uma música, quem sabe, mas nos deparamos com um paraíso esquecido no tempo. Difícil de acreditar que uma praia paradisíaca como aquela não tivesse um sinal de vida. Os coqueiros, inclinados, pareciam reverenciar o mar, conchas de todas as cores e tamanhos tomavam conta da pálida areia e o mar era tão transparente que se podia ver com clareza o que nele vivia. Em uma pequena parte da praia, havia uma espécie de lamaçal e, por ironia do destino, aconteceu o cômico desastre que comprometeu todo o nosso passeio. Atolamos! Meu pai, convicto de que era um ótimo manobrista, acabou piorando a situação. Nunca ri tanto na vida, mesmo que por desespero. Em suma, a viagem virou um “À prova de tudo” do Discovery Channel!
O dia já estava entardecendo, sem sinal de internet, no meio do nada e, a fim de desatolar o carro, eu e minha mãe fomos em busca do que a natureza oferecia, que, no caso, era palha de coqueiro e coco, mas, com minha garganta seca, eu já nem me lembrava dos outros problemas e do cenário que nos encontrávamos, precisava beber água! Até que, procurando por cocos caídos, achei um que estava ainda verde e inteiro, a salvação! Porém, não para meu problema da sede, mas sim para o tal carro atolado, com meu coco indo parar embaixo do pneu.
No dia seguinte, deu praia de novo, mas fui logo avisando: “Não inventa, mãe, hoje só quero sombra e água fresca”.
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