Nesta segunda-feira, 20 de abril de 2020, aconteceu algo jamais visto em toda história: o preço do barril do petróleo americano WTI (West Texas Intermediate), explorado principalmente no Golfo do México e negociado na bolsa de Nova Iorque, caiu para o valor chocante de -37,63 dólares. O preço do petróleo europeu Brent Crude, explorado majoritariamente no Mar Norte e no Oriente Médio e negociado na bolsa de Londres, também apresentou os mesmos padrões de queda.
O imenso colapso nos preços do petróleo pode ser explicado pela relação entre oferta e demanda. Em tempos de isolamento social, esse que o Brasil e outros países enfrentam hodiernamente, diversos serviços e setores da economia encontram-se parados e o fluxo de moeda é consideravelmente baixo. Sendo assim, como vários caminhões, carros e aviões estão estacionados nos pátios e hangares, a procura pelos derivados do petróleo é praticamente inexistente. Com a demanda baixa, galpões e estoques ficam cheios, até um ponto quando não há mais espaço suficiente para armazenar tal matéria, levando o preço a despencar drasticamente. Nos Estados Unidos, produtores ofereciam 37 dólares a quem comprasse o barril de petróleo.
Podemos relacionar esse episódio hodierno com outro acontecimento econômico histórico, a crise de 1929, que se deu devido à superprodução e falta de consumo, o que levou várias empresas na época a demitir seus funcionários, e desta forma levou a uma crise que arrasou o crescimento econômico dos Estados Unidos no ano, com a redução do Produto Interno Bruto (PIB).
O prejuízo dessa crise do petróleo tem impacto ao redor do mundo inteiro, entretanto os maiores prejudicados com essa situação toda são os países produtores pertencentes à OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), dentre os quais se destacam o Kuwait, a Arábia Saudita e o Irã. Alguns países emergentes, tais como o México, o qual tem muitos negócios com os Estados Unidos, outro grande produtor de petróleo, devem esperar uma perda também significante devido à sua conexão e proximidade com a economia americana.
O Brasil, oitavo maior produtor de petróleo do mundo, tem escândalos e problemas relacionados à Petrobras que datam desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, especialistas afirmam que a empresa, maior do país no ramo petrolífero, está pronta para lidar com a queda dos preços e que seu mercado interno é muito forte para distribuir a produção. Fora isso, o Brasil exporta seu petróleo majoritariamente para a China, onde os impactos não são tão grandes comparados a outras potências .
Pode-se observar nitidamente a relação dos efeitos econômicos com o COVID-19, culminando no recente colapso nos preços do petróleo. Os mercados estão parados, e isso é horrível para qualquer economia. Logo, é de se esperar colapsos no preço de commodities e a falência de milhares de negócios ao redor do globo. Os preços e economias somente se normalizarão com o passar dessa infeliz pandemia que está marcando a história da humanidade.
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