Bitcoin, uma das provas da evolução das transações digitais.

Bitcoin, uma das provas da evolução das transações digitais

Entrevista / Por Rebeca Cristina em 22 de novembro de 2020

À princípio, o comércio começou com o escambo, que consiste na troca de bem por um outro. À medida em que a mineração avançava e mais materiais minerais eram descobertos, a fabricação de moedas começou, sendo que o valor tinha como base a frequência com a qual certo mineral era encontrado.

A civilização romana não usava apenas o ouro como pagamento, mas usava sal também, porque era muito difícil conseguir e também porque eles o utilizavam como uma técnica para conservar as carnes.

Após isso, surgiu o cheque, cuja origem é controversa, enquanto alguns dizem que foi criada pelos romanos, outros dizem que os holandeses o criaram. A fim de facilitar ainda mais a compra e a venda, criaram o papel moeda, à princípio, como recibo, depois como nota bancária.

Depois do papel moeda, surgiram os cartões de crédito, que cria a possibilidade de uma pessoa não carregar muito dinheiro de uma só vez e correr o risco de perdê-lo. Com o advento da internet, o homem procura, cada vez mais, acelerar todos os processos em suas vidas e é exatamente por isso que ferramentas, como o Bitcoin, foram criadas. 

Tomando isso como base, foi feita uma pesquisa, que foi dividida em duas partes,no colégio Único, com alguns alunos, professores e funcionários para descobrir se eles já tinham ouvido falar desse assunto. O resultado da primeira parte foi:

Gráfico 1Gráfico 2Gráfico 3

OBSERVAÇÃO: Os gráficos 2 e 3 foram baseados no número de pessoas que responderam “sim” à pergunta do gráfico 1.

A segunda parte da pesquisa, que era opcional e também é o conteúdo dessa entrevista, consistia na formulação de perguntas por parte dos participantes para o nosso entrevistado, Vitor de Andrade – 17 anos e comprador dos serviços da empresa CredMiner. Nessa entrevista, irão ser ditas quais foram essas perguntas e suas respectivas respostas

Folha Única (FU): 1 Bitcoin equivale a quantos reais?

Vitor de Andrade (VA):Nesse momento em que respondo a essa pergunta, o valor de uma unidade de Bitcoin está cotado em aproximadamente R$64.156,14 (reais).

(FU): Como funciona?

(VA):O Bitcoin é basicamente um arquivo digital que existe online e funciona como uma moeda alternativa. É criado a partir de um complexo processo computacional conhecido como “mining” (mineração).

Todas as transações feitas com a moeda ficam registradas em um índice global, chamado “Blockchain”, uma espécie de banco de dados descentralizado que usa criptografia para registrar as transferências. Desse modo, os arquivos não podem ser copiados ou fraudados e as transações são totalmente auditáveis.

Seu valor é definido por meio da quantidade da moeda disponível e da quantia de pessoas interessadas.

(FU): O valor do câmbio é afetado pela Bolsa de Valores?

(VA):O Bitcoin é uma moeda universal e descentralizada, ou seja, nenhum governo ou corporação a detém. Sendo assim, não existe bolsa de valores que regula seu preço e controla suas transações. Portanto, toda a cotação do Bitcoin obedece ao princípio de oferta e procura: quanto maior for a procura, por conseguinte, maior será o seu valor no mercado.

(FU): Você acha que facilita as transações feitas online?

(VA):Muito. Por não possuir órgão regulador, as transações com Bitcoins são mais baratas do que aquelas que exigem a necessidade de bancos, operadoras de crédito ou outros intermediários financeiros. O envio da criptomoeda requer apenas o pagamento de uma taxa aos mineradores da rede, essa que, por sua vez, é insignificante quando comparada às taxas dos bancos tradicionais. Além disso, o envio da quantia pretendida é imediato.

Tem-se que aguardar somente uma pequena validação da rede para que a transferência ocorra sem fraudes. Se compararmos o tempo de envio do Bitcoin com o dos bancos, veremos que o Bitcoin sai na frente, visto que, se hoje eu for transferir certa quantia para um mesmo banco, o tempo é de aproximadamente meia hora; caso seja uma TED (bancos distintos) , 1 hora e, em caso de envios internacionais, pode levar mais de três dias úteis.

Quer mais? O “Bitcoin” não tem hora de “descanso”, o que isso quer dizer? Ele não para aos finais de semanas e feriados. Não tem hora para funcionar, todos os dias são úteis.

(FU): Qual é a função? Como se usa?

(VA):Quando foi criada, sua função designada foi servir como um meio de pagamento. Contudo, hoje a moeda é utilizada como investimento e reserva de valor (holding). No caso de reserva de valor, assim como o ouro hoje possui grande valor devido à sua escassez, você pode usá-lo como um ativo de valor a médio e longo prazo, já que ele é escasso, decorrente da sua deflação. Sua tendência é se valorizar, pois, à medida que o tempo passa, sua procura se eleva.

(FU): Como é feito o câmbio?

(VA):É realizado em exchanges e corretoras de criptomoedas.

(FU): Há alguma garantia de que a pessoa vai receber o valor pelo qual ela trocou? Se sim, qual?

(VA):Essa pergunta é relativa, envolve a escolha de uma boa corretora para intermediar o uso da moeda pelo usuário.

(FU): Quais empresas você acha confiáveis? Por quê?

(VA):Por experiência própria, considero seguro operar em empresas como Liquidex, Foxbit, Mercado Bitcoin, CoinBr e NegocieCoins. Considero-as seguras pelo bom atendimento, tempo de mercado, serviços, segurança e experiência de usuários.

(FU): O uso dos Bitcoins é previsto em lei?

(VA):No âmbito da legalidade do Bitcoin, reforço dizer que por se tratar de uma moeda descentralizada, nenhum governo legisla sobre ela. Ou seja, o governo pode legislar sobre entidades que a utilizam, mas não sobre o Bitcoin em si. Sua regulamentação é tema de intensa discussão, levando-se em conta alguns fatores que preocupam as autoridades, como seu uso anônimo, que dá brecha para usá-la em negócios ilegais.

Preocupa também o histórico de empresas que furtaram fundos de seus usuários. Em se tratando de Brasil, o Bitcoin não é proibido, apesar de ainda não ser totalmente regulamentado. Até mesmo o Banco Central já se posicionou positivamente sobre criptomoedas em geral.

Além do Banco Central, a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) também é responsável por debater políticas de regulação da moeda no Brasil.

A mineração é o processo onde computadores ligados à rede voluntariamente, dispõem de poder computacional para cadastrar as transferências no “Blockchain”. “Blockchain” significa “cadeia de blocos”, cada bloco é fechado após um tempo médio de 10 minutos. Com a “abertura” do próximo bloco, tem-se o lançamento de novas criptomoedas no mercado. E assim por diante.

(FU): Qual é a relação do preço do Bitcoin com a especulação comercial?

(VA):O valor do Bitcoin obedece à lei de oferta e demanda, contudo, apesar do Bitcoin ser uma moeda independente dos governos, ela não está alheia as leis de mercado. Seu valor também pode ser ligeiramente afetado conforme a atuação e a situação do panorama financeiro. Logo, em momentos de crise, por exemplo, com valorização e desvalorização brusca de moedas estrangeiras, os Bitcoins podem também sofrer alguma interferência na sua cotação. Eventos como o Brexit, crises na Turquia e na Venezuela, e os controles de capitais da China, causam, por exemplo, diferenciações no valor da moeda.

(FU): É usado em qual tipo de comércio? É restrito para algum comércio?

(VA): Em geral, todos.

Desconheço. Basta o estabelecimento aceitá-la como meio de pagamento.

(FU): Por que você escolheu fazer isso?

(VA):Eu escolhi imergir nesse cenário novo, e já popular, por inúmeras razões. Dentre elas destaco a agilidade reconhecida nas transações, sua não limitação territorial, ou seja, posso em poucos minutos enviar um valor para um amigo que está no Japão, França, Canadá.

Além disso, vejo a segurança da moeda tida como incorruptível quando estudo a estrutura do sistema que a rege. Sua segurança se resume em dois conceitos, a saber: “Blockchain” e Criptografia. Todas as operações realizadas com a moeda são inscritas na “Blockchain”.

O poder operacional dessa rede está descentralizado entre vários mineradores, o que ajuda a impedir, por exemplo, que o sistema seja hackeado. Quanto à privacidade vista na moeda, cabe ressaltar que os “endereços” da criptomoeda não estão atrelados a dados pessoais, evitando, assim, fraudes, como a clonagem de dados para fins ilícitos.

A sua deflação talvez seja uma das mais brilhantes características, ou seja, não tem como criar mais moedas além do permitido. Isso porque a moeda obedece às leis do sistema, criado em 2008, possivelmente por Satoshi Nakamoto.

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