História , Ciência & Tecnologia por Maria Luisa Otto Sarabanda em 06/07/2021
Devido a pandemia do Covid-19, “vacina” foi uma das palavras mais usadas e desejadas em 2020. Mas como esse imunizante surgiu? e por quê ele recebeu esse nome?
É evidente que mulheres contribuíram ou até realizaram várias descobertas no passado, porém não recebiam o mérito por conta do machismo predominante que se tinha nas sociedades de antigamente. Mary Pierrepont foi uma revolucionária pouco afamada, mas que é considerada até hoje uma das pioneiras da medicina por aqueles que conhecem sua história.
Por fazer parte da nobreza Inglesa, Mary teve a oportunidade de estudar e se tornou uma mulher escritora, o que era raríssimo para a época. Seu pai queria obrigá-la a casar com um homem que não amava e por isso fugiu com seu verdadeiro amor, Edward Wortley Montagu. Quando já casados, Edward por ter tido uma grande ascensão na política britânica foi nomeado embaixador Inglês no Império Otomano e por isso o casal e seu primogênito se mudaram para Constantinopla durante a pandemia da varíola.
A escritora aproveitou esse período fora da Inglaterra para redigir diversas cartas descrevendo paisagens da região e para criar laços com as mulheres que pertenciam à nobreza da cidade. Questionou suas novas amigas Turcas ao reparar que nenhuma delas apresentava cicatrizes da varíola. Elas explicaram que era tradição na Turquia, para evitar a doença, utilizar uma técnica a qual hoje em dia é chamada de inoculação. Esse procedimento consistia em aplicar em um pequeno corte na pele de um indivíduo saudável uma pequena quantidade de secreção de lesões da varíola retiradas de um paciente com a forma moderada da doença. Dessa forma, o indivíduo sadio também pegaria a doença em uma forma moderada e não correria o risco de pegar a forma grave, uma vez que seu sistema imunológico seria preparado para lidar com o vírus da varíola de uma forma controlada e efetiva.
Fascinada com a técnica, Mary utilizou do seu dom de escrever para tentar divulgá-la. Porém o procedimento, inicialmente, não fez muito sucesso entre os médicos, uma vez que eles ganhavam muito dinheiro utilizando tratamentos ineficazes para tratar a doença. Por reconhecer a importância da ciência, a escritora continuou divulgando o quanto a inoculação era eficaz. Para provar sua tese, com a ajuda de um cirurgião, Mary realizou uma série de experimentos com voluntários quando retornou à Inglaterra. Após tantos testes clínicos, os quais foram todos bem sucedidos, ela finalmente conseguiu que a técnica fosse liberada para o público geral.
Nessa época, em que a inoculação se tornou uma prática comum na Inglaterra, um fazendeiro chamado Jesty percebeu que as mulheres responsáveis por tirar leite das vacas nunca desenvolviam a varíola, inferindo que a razão disso poderia ser devido ao fato das leiteiras ordenharem as vacas que possuíam lesões de varíola bovina. Com base nisso, ele realizou uma inoculação utilizando a secreção das feridas das vacas em humanos, aprimorando a técnica de imunização da varíola, uma doença muitas vezes letal e deformante que afligia a população geral, bem como a nobreza. Anos depois, quando a história de Jesty ficou conhecida, essa forma de imunização recebeu o nome de vacina, a qual veio da palavra em latim “vacca”, que em português se escreve “vaca”.
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