artigo de opinião por Maria Luiza Cronemberger de Faria 15 de janeiro de 2022
Publicado por luisa soares brescianini
O mês de agosto marca a chegada da exposição “Beyond Van Gogh” em Brasília, permanecendo aqui até o final de outubro. O evento ocorre no Park Shopping e o custo dos ingressos varia de R$ 70,00 (inteira) e R$ 35,00 (meia-entrada).
Apesar da atual lotação do local, direcionado para uma apreciação mais imersiva de suas obras, a vida de Vincent Van Gogh não refletiu, nem um pouco, o prestígio que sua arte tem hoje.
O nome “Vincent Van Gogh”, havia sido inicialmente dado ao irmão mais velho do artista, morto ainda na primeira infância, e foi passado a ele como uma roupa que não lhe servia mais quando nasceu. Assim, o jovem embarcou na vida com uma certeza: não havia espaço para si naquele mundo.
Van Gogh nasceu em Zundert, uma pequena aldeia holandesa e, em vida, passou por Paris, Bruxelas e Londres a serviço da galeria. Além de artista, ele foi professor, trabalhou com seu tio em uma empresa comercial de obras e livros, prestou serviço em uma livraria, entrou para o seminário para ser pastor como o pai e, por fim, trabalhou como pregador missionário em minas de carvão, onde teve contato com a miséria dos trabalhadores. Nessa última circunstância, sua fé entra em crise.
Apesar de reduzida muitas vezes a questões psiquiátricas, as obras de Van Gogh vão muito além de apenas uma catarse emocional. A riqueza técnica de cada tela é atemporal e inovadora no universo da arte impressionista, desenvolvendo a partir dela uma nova era, a arte pós-impressionista. As pinceladas marcantes, os círculos em volta das estrelas em “A noite estrelada” representando pontos onde a luz irradia, os jogos de luz e sombra e o contraste das cores revelam o pioneirismo do pintor muito além da estigmatização que sofre, até hoje, devido a sua condição.
Internado duas vezes, uma delas por vontade própria, a vida de Vincent foi conturbada por conta de seus estados mentais. Alguns especialistas, em dúvida, alternavam o diagnóstico entre esquizofrenia, bipolaridade e transtorno de personalidade limítrofe, também conhecido como transtorno borderline. Sem apoio da família nem da aldeia, o pintor encontrou refúgio em seu irmão, Theo, o qual o sustentou por boa parte de sua vida e trocou cartas por muitos anos, através das quais foi possível entender melhor sua personalidade e o relacionamento entre os dois.
Uma curiosidade bonita e interessante sobre a convivência dos dois é que uma das telas de Van Gogh foi feita em homenagem ao nascimento do filho de Theo que, aliás, recebe o nome de Vincent. A obra “Amendoeira em Flor” retrata o renascer e a chegada da primavera, que era como o pintor se sentia em relação ao nascimento do sobrinho.
Theo quem vende os quadros do irmão após a morte, sendo o responsável por sua fama hoje em dia. Van Gogh acaba por se suicidar em 1890 com apenas 37 anos e deixou um legado inestimável para a arte até hoje.
A sinestesia presente em suas obras, a qual o próprio reconhecia, e refletia nas cores, que conversam com os sonhos. Com isso, tudo se torna uma bela sinfonia estrelada, face a face com o sol, revelando a grandiosidade das coisas pequenas, principalmente, quando se nota a atenção do artista com o mundo ao seu redor, até mesmo com as sombras. Enfim, suas obras fazem uma declaração no aceitar a incerteza sobre tudo e se deixar sonhar com o brilho das estrelas.
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