2023, Reportagem, publicado-por-livia, Único Educacional
Reportagem por Lucas Shiraishi em 23 de março 2023
A indústria do entretenimento sempre esteve muito focada na juventude e aparência física, o que fez com que nas premiações do Oscar fossem privilegiados estes critérios. De forma inédita, a nonagésima quinta edição da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood tratou de diversos temas nunca apresentados e bastante necessários. Preocupou-se em premiar profissionais em razão da sua trajetória, lutas e dificuldades. O que resultou em uma maior diversidade e inclusão social nesta última edição.
Em combate ao etarismo, o Oscar premiou quatro mulheres acima de 50 anos, que disputaram os principais prêmios na cerimônia. Entre elas, pela primeira vez, vimos uma mulher negra e outra asiática: as duas na faixa dos 60 anos concorrem a uma estatueta.
A vencedora da categoria Melhor Atriz Coadjuvante, Jamie Lee Curtis, conhecida por filmes e séries de sucesso, como Halloween e Scream Queens, com mais de 40 anos de carreira, ganhou pela primeira vez a estatueta dourada com 64 anos de idade. Jamie, que é filha de Tony Curtis e Janet Leigh, ícones do cinema norte-americano, nunca havia sido premiada pela academia. Ela agradeceu em seu discurso: “Todas as centenas e milhares de pessoas que apoiaram os filmes de gêneros que fiz todos esses anos, acabamos de ganhar um Oscar! Juntos!”.
Michelle Yeoh, com 60 anos de idade, era a principal candidata ao prêmio de Melhor Atriz pelo filme Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo Emocionada, ela fez referência às mães do mundo e a sua mãe. Em seu discurso de agradecimento, disse: “Meninas, não deixem ninguém dizer que vocês já passaram da idade. Obrigada à Academia, é a história sendo feita!”. A atriz possui descendência chinesa e nascida na Malásia, Yeoh tornou-se a primeira atriz asiática a receber a estatueta nesta categoria.
Ruth E. Carter, figurinista, reconhecida por grandes parcerias, recebeu a estatueta de Melhor Figurino por Wakanda Forever, de forma emblemática falou em seu discurso: “Obrigada academia por reconhecer as mulheres negras como super-heroínas”. Com a segunda estatueta, ela se tornou a primeira mulher negra da história a ter mais de um Oscar.
Além disso, durante a comemoração no palco do filme “An Irish Goodbye”, que venceu Melhor Curta-Metragem, a equipe fez todos os convidados cantarem parabéns para o ator James Martin, astro da produção. Pela primeira vez, um ator com Síndrome de Down foi premiado no Oscar. O pai de Ivan Martin declarou: “Ele vive superando barreiras. As pessoas são muito boas em dizer: ’Você não consegue fazer isso ou aquilo’… E ele tem feito todas essas coisas e de forma consistente”.
Oito anos depois do movimento “Oscars So White” na edição de 2015, campanha que questionava a ausência de negros e latinos concorrendo as estatuetas, a Academia decidiu colocar em prática, no próximo ano, suas novas regras para promover a diversidade. As diretrizes foram divulgadas em 2020 pela Academia que estipulou como prazo limite o ano de 2024 para implementá-las. Estas medidas possuem o intuito de aumentar a diversidade não só na premiação como também nas produções cinematográficas.
Por fim, a premiação foi marcada por discursos emocionantes e passou uma grande mensagem para o mundo sobre a importância da aceitação das diversidades e da inclusão social. Trouxe esperança para milhares de indivíduos que achavam ser impossível um dia receberem o reconhecimento da Academia. Um grande passo para impulsionar uma mudança de critérios da indústria do entretenimento que, até então, eram extremamente discriminatórios.
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