Reportagem por Valentina Teodoro Venâncio em 5 de maio de 2023
Publicado por Júlia Corgosinho
No ano de 2023, completam vinte e nove anos da morte de uma das maiores lendas que o Brasil e o mundo já tiveram. São quase trinta anos de um dos falecimentos que mais abalou os brasileiros e os telespectadores de automobilismo de forma geral. Nascia, no dia vinte e um de março de 1960, já com a velocidade correndo em suas veias, o paulistano Ayrton Senna da Silva. Desde pequeno, já apresentava uma aptidão incrível com o Kart e, com isso, sua paixão pelo barulho do motor acelerado tornava-se cada vez maior.
Por volta de seus 9 anos, já dirigia jipes com facilidade; aos 13, já disputava competições oficiais. Ayrton sempre terminava as corridas na segunda posição, mas isso nunca foi o bastante para ele. Em 1977, ele conquistou sua primeira vitória e, ao sentir o saboroso gosto de ficar em primeiro lugar, decidiu que correr era o que ele queria fazer em sua vida. A trajetória de Senna como piloto de automobilismo sempre contou com muita dedicação e inspiração. Mesmo jovem, ele dedicava grande parte de seu dia para treinar. Em 1981, as portas abriram-se para Senna, que começou a competir na Europa e ganhou o campeonato inglês da época, a Fórmula Ford 1600. Nesse contexto, Ayrton decidiu utilizar o sobrenome de solteira de sua mãe, Senna, visto que Silva é um nome muito popular e comum no Brasil. Triunfou no Grande Prêmio de Macau e venceu o campeonato inglês de Fórmula 3, ele estava em sua melhor fase e em ascensão por todos os lugares, nada tirava seu foco.
A entrada de Senna na Fórmula um aconteceu em 1984 pela Toleman, após ter atraído a atenção de diversas equipes. Conquistou muitos pódios, conseguindo ultrapassar Nick Lauda, que era um corredor de muito destaque na época. E, dessa forma, começou a ameaçar o líder Alain Prost, ainda que tivesse uma máquina mais limitada. Em 1985, ele fechou um contrato com a Lotus e mudou de casa, iniciando uma etapa de sua carreira que apesar de conturbada por conta das mudanças e adaptações, só sustentou como seu desempenho era impressionante. Nessa época, ele ficou conhecido como “Rei da Pole Position”, pois sempre fazia os melhores tempos durante seus treinos, o que garantia a primeira posição na largada das corridas. No ano de 1988, Senna chegou a McLaren, deixando a Lotus devido às limitações de seu motor.
Sua entrada na McLaren possibilitou que ele disputasse o campeonato ao lado de Prost, com quem desenvolveu uma competição nada amistosa. Essa mudança de equipe fez Ayrton chegar no lugar mais alto do pódio, garantindo seu primeiro título mundial. O ano de 1990 chega e Senna disputa o título mundial no circuito do Japão, agora Prost na Ferrari. Em 1991, veio seu terceiro título e veio também a superioridade do motor da equipe Williams. Como seu carro na McLaren já apresentava muitos problemas técnicos e o piloto estava se sentido pouco estimulado, não viu outra opção a não ser uma possível transferência para a Williams. Mas sua transferência só foi concretizada em 1994, depois que ele ganhou os GPs do Brasil e da Europa e mostrou seu poder perante o adversário Prost.
A mudança de equipe não foi nada fácil, já que Senna desejava muito ir para Williams e, por isso, até propôs correr sem remuneração, mas o contrato de Prost na equipe destaque vetava a contratação do brasileiro. A saída voluntária de Prost foi o que proporcionou a entrada de Ayrton. Nesse momento, Senna estava na melhor equipe da época, com o melhor motor e era o favorito do campeonato. A Williams apresentou-o um carro rápido, embora fácil de dirigir, porém, o próprio Ayrton declarou o carro como instável. Seu início de temporada não estava sendo dos melhores, mas o que o mundo não esperava, era que a temporada de Senna teria fim da forma mais trágica possível.
Então, no dia 1 de maio de 1994, durante o Grande Prêmio de San Marino, que estava acontecendo no Autódromo de Ímola, na Itália, Senna rapidamente fez a terceira melhor volta da corrida. Ayrton Senna iniciara o que seria sua última volta na Fórmula 1, ele entrou na Curva Tamburello, a mesma curva em que Nelson Piquet bateu sete anos antes e perdeu o controle do carro devido a uma barra de direção quebrada, seguindo reto, seu automóvel colidiu fortemente com um muro.
Na hora do acidente, a cabeça de Senna mexeu por um instante e todos que assistiam a corrida, tanto de casa quanto no Autódromo de Ímola, pensaram que ele estaria vivo e bem, bastariam alguns pontos. Equipes médicas foram acionadas, minutos depois o renomado neurocirurgião Sid Watkins retirou o corpo de Ayrton do carro e, nessa hora, todos que estavam mais próximos do local do acidente, perceberam que a situação talvez já não fosse mais reversível. Senna foi levado de helicóptero para o Hospital Maggiore de Bolonha, onde foi declarado morto horas depois. A morte do piloto Ayrton Senna foi vista como tragédia nacional e foram declarados três dias de luto oficial no Brasil. Este circuito de Ímola foi o mais trágico, além do falecimento de Senna também ocorreu o falecimento Roland Ratzenberger durante a fase de qualificação e, ainda, ocorreram acidentes na pista, sendo que um deles arremessou pneus nas arquibancadas ferindo torcedores.
Ayrton Senna da Silva foi uma lenda, não só para os fãs de Fórmula 1, mas para todos que tiveram a oportunidade de vê-lo fazendo o possível e o impossível. Apesar de sua morte prematura, Senna continua fazendo sucesso e inspirando jovens por todas as partes, sua dedicação nunca será esquecida. Enquanto vivo, Ayrton disse a seguinte frase: “Vencer sem correr riscos é triunfar sem glórias!”. Ele sempre soube dos riscos que corria ao dirigir seu carro durante um circuito mas, ainda assim, preferia a gloriosa vitória do que viver temendo. Senna carregou esse pensamento até seu último momento.
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