Seria possível fazer uma crítica a uma obra prima?
Artigo de opinião por Rafael Kenji
Publicado por Giovanna Bernardes
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fotografia de Machado de Assis
Afinal, quem de fato foi Machado de Assis?
Joaquim Maria Machado de Assis, nascido no Rio de Janeiro, é um dos maiores escritores da história brasileira, foi um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras, assumindo, quando em vida, a vigésima terceira cadeira, amigo de José de Alencar e presidente por dez anos da Academia. Quando jovem, viveu por certos tumultos desde muito cedo, como o falecimento de sua mãe Maria Leopoldina da Câmara Machado. Além disso, estudou durante o período que o foi o possível. Sua bibliografia conta com clássicos como: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899) e O alienista (1882).
Quando se dialoga sobre Machado, pode-se pensar em diversas qualidades, mas deve-se enfatizar sua ironia acompanhada de críticas a todos aqueles que o convém. Devido à complexidade e precisão, sua obra se torna atemporal e ultrapassa fronteiras.
Recentemente, a influencer Courtney Henning Novak começou um desafio de ler um livro de cada país, e, seguindo em ordem alfabética, se deparou com a narrativa póstuma do defunto-autor mais conhecido pelo Brasil. Em um vídeo no seu “TikTok”, Courtney diz: “Preciso ter uma conversa com o pessoal do Brasil. Por que não me avisaram antes que este é o melhor livro já escrito? O que vou fazer do resto da minha vida depois que terminá-lo?”
O que faz Memórias Póstumas de Brás Cubas ser tão diferente? O livro retrata a vida de Brás Cubas, um defunto-autor, que conta sua vida com extrema transparência e tranquilidade, sem pesares acerca de julgamentos, pois como é lembrado pelo eu-lírico, o mesmo está morto.
Dessa forma, o livro retrata sua vida pela ótica de Brás Cubas, onde o mesmo não releva ao questionar e criticar suas próprias atitudes. Este livro aborda os mais variados assuntos, com audácia e inovação ao abordar o tema da morte de tal jeito, o cientificismo, a escravidão, a estrutra social brasileira. Além disso, nos mostra o Quincas Borba, um personagem no mínimo curioso, que retorna em uma obra posterior de Machado, que merece uma resenha única.
Portanto, seria impossível fazer uma crítica precisa a suas obras, elas dialogam com a visão, opinião e sentimentos do leitor de modo único. Dito isso, cabe exaltar sua influência e criatividade, Machado de Assis se tornou imortal e continua uma referência em nossa língua.