Notícia por Mariana Mota
Publicado por Letícia Medina
Mais de 107 mil pessoas foram às ruas de Belgrado neste sábado (15/03) para protestar contra a morte de 15 pessoas no colapso de uma estação ferroviária. A grande mobilização ocorreu a despeito da falta dos transportes públicos no país, suspenso por autoridades em um governo que luta há meses para conter as indignações coletivas.
À frente do protesto estão estudantes que exigem um esclarecimento sobre a causa do desabamento. Todavia, o caso ganhou uma proporção muito maior devido a várias críticas contra o governo, acusado de corrupção e censura à imprensa. Para os manifestantes, tragédias são o símbolo da corrupção no Estado.
Apesar de o governo estimar cerca de 107 mil pessoas na manifestação, monitores independentes afirmam que o número pode superar 325 mil, tornando-se o maior protesto da história da Sérvia.
As causas do desabamento em Novi Sad ainda estão sob investigação. A estação de trem foi reformada em circunstâncias obscuras, com envolvimento de empresas chinesas e pessoas supostamente ligadas ao partido SNS, que controla o governo da Sérvia desde 2012. Os manifestantes acusam o governo de reter documentos essenciais à investigação da tragédia. O governo do presidente Aleksandar Vucic, que já avisou que não pretende renunciar, insiste que todos os papéis relevantes já foram tornados públicos.
Com a grande comoção, teceram-se outras críticas ao atual presidente. Membros da oposição já acusaram seu partido, o SNS, de usar recursos públicos para fins políticos. Além disso,ONG sérvia de monitoramento eleitoral CRTA afirma que o país sofre com uma “falta crônica de pluralismo” em seu cenário político. Em 2021, a Anistia Internacional criticou o governo de Vucic por violar direitos humanos, restringir a liberdade de expressão e assediar opositores e jornalistas.
Em meio à mobilização dos estudantes e a crescente antipatia pelo governo, houve relatos na mídia de que Belgrado teria orquestrado movimentos para impulsionar sua própria imagem e encenar apoio popular, chegando a pagar por “manifestantes profissionais”.
Embora o protesto tenha transcorrido sem maiores incidentes, manifestantes especularam sobre o uso de um canhão sônico para amedrontar a multidão. O som, que acompanhou os 15 minutos de silêncio em homenagem às vítimas de Novi Sad, foi descrito por observadores como similar ao de uma bomba ou aeronave caindo, provocando correria. A polícia negou o uso da arma, afirmando que isso contraria a lei.
Após o protesto, Vucic soou mais conciliatório. Ele descreveu o ato como carregado por uma “energia negativa enorme, raiva e revolta direcionados às autoridades”, mas ponderou que “todos no poder precisam entender a mensagem quando um grupo tão grande de pessoas se reúne”.
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